"Nosso
Pequeno Mandato diz Pequeno, seja sempre pequeno... Simples, pobre,
como criança. Isto evita a arrogância, a arrogância intelectual tão em
evidência no Ocidente. "Tudo tem de estar de acordo com minha maneira de
pensar". E assim economia, política, paz, guerra - tudo é afetado por
essa atitude e as divisões são intermináveis em toda parte.
Especialmente nas últimas décadas, essas divisões penetraram no coração
de Ordens religiosas, tanto masculinas como femininas, no sacerdócio e
nas dioceses. Elas penetram nas famílias. Elas penetram nas crianças.
Escutem. Conseguem perceber o desmanche do mundo? A poluição se estende
não apenas sobre a terra, rios e ar, mas o próprio coração da humanidade
está correndo o perigo de ser totalmente poluído. Ele está deixando de
ser pequenino. Ele está deixando de ser como criança. Ele está deixando
de ser simples e pobre. O resultado aí está, ouçam novamente a cacofonia
(confusão) de vozes que chegam, saídas da boca de Satanás, matando
pessoas em todo o mundo, deixando-as como mortas, famintas, frias e
solitárias. Crescem as estatísticas de suicídios porque homens e
mulheres deixaram de ser pequeninos, simples, como crianças" (Catherine Doherty - Graça em todos os dias)
Caros
amigos(as), Deus nos chama a viver de forma simples como Ele viveu
juntamente com a Virgem Maria e o Glorioso São José. Ide a Nazaré e
observai o que eu afirmo nesse momento. São Luís Maria Grignion de
Montfort dizia no Tratado da Verdadeira Devoção: "Confesso com toda a
Igreja que Maria é uma pura criatura saída das mãos do Altíssimo.
Comparada, portanto, à Majestade infinita ela é menos que um átomo, é,
antes, um nada, pois que só ele é “Aquele que é” (Ex 3, 14) e, por
conseguinte, este grande Senhor, sempre independente e bastando-se a si
mesmo, não tem nem teve jamais necessidade da Santíssima Virgem para a
realização de suas vontades e a manifestação de sua glória. Basta-lhe
querer para tudo fazer" (n. 14). Obviamente, o santo doutor irá enfatizar que Deus quis precisar da Virgem Maria...
O
que gostaria de frisar aqui é a expressão "menos que um átomo" no qual
São Luís compara Nossa Senhora a Jesus! Se ela que é Imaculada
Conceição, a Mãe de Deus, é menor que um átomo, que somos nós? Penso que
o entendimento do texto escrito por Catherine parte desse princípio, ou
seja, ser pequeno é necessariamente colocar-se dependente de Deus, em
tudo... Ter a certeza que somos obras de Suas mãos, mas que sem Ele nada
podemos fazer. Nele nós somos o que somos, não é verdade? Ser pequeno é
estar nos braços da Virgem Mãe para que ela nos ofereça ao seu Divino
Filho. Ser pequeno é viver a simplicidade do Evangelho no cotidiano e
nas pequenas coisas... Ser pequeno é ser escravo, no entendimento mais
sublime dessa expressão de vínculo, de dependência, de servidão. Só
quando somos verdadeiramente pequenos é que conseguimos olhar nos olhos
da Criança, do Menino Deus que veio até nós para afirmar o que outrora
fora dito: Tu és imagem e semelhança de Deus! Se Ele se fez pequeno,
imagine qual deve ser nossa posição... Alguns temem em ser pequenos, pois parece que nunca alcançarão Deus, aliás, "dos altos céus o Senhor olha e observa; ele se inclina para olhar todos os homens (Sl 32,13). Certa vez li uma frase que me chamou muita atenção: "Uma formiga preta sobre uma pedra preta numa noite escura, só Deus vê". Creiamos, Ele se inclina e nos ama sempre!
De um indigno escravo da Cruz e da Virgem Maria
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