Desde ontem que escuto alguns colegas comentarem sobre um possível "estupro" ocorrido num reality show,
que a meu ver, é de muito mal gosto, entretanto, há quem diga que nossa
sociedade tem o divertimento que merece. Será? É impressionante como no
Brasil se "comemora" mais de uma década de um programa desse tipo!!!
Como reclamar da precariedade da saúde, da política, da segurança
pública, dentre tantas outras, se a maioria dos brasileiros se preocupam
apenas em deleitar-se com as telenovelas da vida e com os BBB´s anuais?
Para mim, há muita incoerência em tudo isso!
Mas aqui gostaria de me deter em três palavras que parecem sinônimas, mas não são. Falo da amoralidade e imoralidade, haja vista que a falta de moralidade
tem solapado nossa sociedade de uma forma assustadora. Aliás, há quem
goste desses dois termos citados inicialmente, com o argumento de que a
existência da moral, isto é, de um conjunto de regras ou normas, é
prejudicial a democracia e ao livre pensamento dos cidadãos brasileiros,
etc., etc.
Na
verdade, a amoralidade caracteriza-se como a falta de princípios morais
para conduzir a vida de alguém, sendo neutra, ou seja, nem contrário
nem a favor de determinados princípios morais. Mas eis um dos principais
problemas da amoralidade: falta de direcionamento ou rumo. Sendo assim,
não é tão difícil impor determinadas políticas e ideologias imorais,
pois não há um princípio norteador. Por outro lado, a imoralidade se
refere à oposição frontal aos princípios morais, que a meu ver, está
muito presente em nossos dias. Poderíamos dizer que a libertinagem e
tantas outras coisas mais, enaltecidas atualmente, fazem parte do que
chamamos de imoralidade.
Nesse
contexto, ontem fiz o seguinte comentário quando se falava sobre a
degradação de alguns programas televisivos como o BBB: "Eis a democracia
que muitos defendem". Lembro que um dos interlocutores tinha comentado
anteriormente que as pessoas atualmente estão confundindo liberdade com
libertinagem. Todavia, outro participante da conversa fez a seguinte
afirmação à respeito da tal democracia que falei: "Deve ser assim mesmo,
melhor do que está a mercê de imposições morais, regras e normal".
Discordei
totalmente do meu colega e explico o porquê. Primeiramente porque toda
sociedade necessita de um mínimo de ordem para que as estruturas
comportem-se harmoniosamente ou sem muitos embaraços, ademais, cairíamos
no precipício da desordem que chamo de barbárie. Aliás, qual a
inscrição que consta na bandeira nacional? ORDEM e progresso, ou seja,
para que os fins sejam alcançados - progresso - há a necessidade de uma
ordem predeterminada. Essa ordem para mim parte principalmente dos
princípios morais que paulatinamente estão sendo perdidos justamente
para os amorais - aqueles que são neutros e sem direcionamentos -, e
para os imorais - que com seus devaneios soterram o que temos de valioso
nessa vida: o pudor, o respeito, a dignidade da família, a verdadeira
liberdade.
Nesse sentido, é importante observar o que diz a Igreja no Catecismo no parágrafo 1751: "as regras objetivas da moralidade enunciam a ordem racional do bem e do mal, atestada pela consciência".
Vejam que a consciência apenas atestam as regras objetivas da
moralidade, isto é, essas ditas "regras" já existem e estão gravadas no
coração do homem. Essas leis/regras/normas são chamadas de lei natural.
Enfatizo novamente o Catecismo, agora no parágrafo 354: "Respeitar as
leis inscritas na criação e as relações derivantes da natureza das
coisas, é princípio de sabedoria e fundamento da moral".
Como
os grupos dos amorais e imorais são cada vez maiores e dominantes,
temos e ainda teremos mais BBB´s e telespectadores ansiosos para
analisar a vida de "fantoches" manipulados pela grande mídia. Será que
não percebem isso? A única forma de reverter essa situação é remar
contra essa maré tão forte, no intuito de extirpar a amoralidade e
imoralidade, fecundando em nossas consciência os fundamentos morais que
prezam pela dignidade do homem e da mulher: "Quanto mais prevalecer a
reta consciência, tanto mais as pessoas e os grupos estarão longe da
arbitrariedade cega e procurarão conformar-se com as normas objetivas da
moralidade" (Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 1794).
Por
fim, se não agirmos segundo os princípios morais, estamos fadados a
mudar a inscrição "Ordem e Progresso" para "Desordem e Regresso".
De um indigno escravo da Cruz e da Virgem Maria
Nenhum comentário:
Postar um comentário