"A família nos tempos de hoje, tanto e talvez mais que outras instituições, tem sido posta em questão pelas amplas, profundas e rápidas transformações da sociedade e da cultura. Muitas famílias vivem esta situação na fidelidade àqueles valores que constituem o fundamento do instituto familiar. Outras tornaram-se incertas e perdidas frente a seus deveres, ou ainda mais, duvidosas e quase esquecidas do significado último e da verdade da vida conjugal e familiar. Outras, por fim, estão impedidas por variadas situações de injustiças de realizarem os seus direitos fundamentais" (Familiaris Consortio, Papa João Paulo II, 1981).
Há pouco mais de 30 anos, o Papa João Paulo II iniciou com o texto acima a Exortação Apostólica Familiaris Consortio sobre a função da família cristã no mundo de hoje. Neste dia em que celebramos o Dia internacional da Família, essa exortação do santo polonês torna-se mais do que atual para todas as famílias cristãs, isto é, revela-se um verdadeiro manual de vida em meio a tantas intempéries sofridas pela célula mãe de qualquer civilização.
Nesse sentido, há quase 2 anos surgiu providencialmente na Fraternidade Germinar o Jardim da Fé, ou seja, passamos a desenvolver um trabalho mais de perto com os nossos filhos, pois conscientes de que eles precisam a partir dos seus pais (que tem a prioridade e ao mesmo tempo o grave de dever de educá-los na fé), caminhar juntos do Bom Pastor. Assim, semanalmente temos feito um esforço para ensinar-lhes a nossa fé católica e ao mesmo tempo orientá-los sobre bons modos e a respeito da necessidade que temos de cultivar o amor em nossas famílias.
Por isso, desde o final do ano passado, eu tinha prometido as crianças que realizaríamos um "retiro" com elas e seus pais. Puxa vida!!!! A euforia quando do anúncio foi generalizada!!! As crianças sempre nos surpreende. E pensar que apenas a ideia lançada já germinava naqueles coraçõezinhos tanta expectativa e gratidão... Eu só podia agradecer a Deus e ao mesmo tempo pedir forças para cumprir com minha promessa.
Feito isso, nos dias 02 e 03 de maio de 2015, no Rancho São José, pudemos realizar o "retiro". Confesso que em alguns momentos faltam palavras para expressar minha alegria em ver famílias que buscam, tentam, desejam, testemunham o amor de Deus em suas casas. É bem verdade que nenhuma delas é perfeita ou modelo de família, tal qual a Sagrada Família de Nazaré, mas todas elas refletem de uma forma ou de outra, a beleza do Senhor. Nesse final de semana, as crianças compreendem ainda mais o quanto seus pais são importantes em suas vidas e ao mesmo tempo, os pais percebem que precisam ter um olhar mais atento e acurado na relação com seus filhos. Isso se dá em todas as etapas do cotidiano, seja no aspecto religioso ou catequético, seja na vida escolar dos filhos ou até mesmo no lazer compartilhado com eles.
E então os pais se dão conta que precisam resgatar um pouco do "ser criança" que há em cada um de nós. Os sorrisos precisam ser mais "frouxos" e constantes, além de conversas mais tranquilas e cheias de tempo... Isso mesmo! Tempo! Qual o tempo que temos dedicado aos nossos filhos? Essa simples pergunta nos conduz a vários momentos do cotidiano, a saber: Ao acordar os filhos, eu os abençoo e os trato com carinho ou já inicio o dia com aquele estresse? E as refeições são regadas com conversas e risadas na mesa com os outros membros da família ou são compartilhadas com a televisão? E a noite é dividida com eles para contar uma estória, assistir um filme juntos ou até mesmo passear ou é "envenenada" pelas telenovelas, as quais seduzem também os pequenos? Enfim, são muitos detalhes que poderiam ser mencionados.
De fato, a família precisa ser preservada! Entretanto, como preservar aquilo que não conheço ao certo nem ao menos compreendo os métodos necessários para tal preservação? Eis aqui a chave/segredo para tal feito: o cultivo pleno do amor! Em Jesus Cristo fomos gerados e precisamos urgentemente retomar essa filiação divina como característica prioritária em nossas vidas. Urge enfatizar isso com os nossos filhos, educando-os na fé, na esperança e na caridade. Essa educação a que me refiro não se limita à catequese formal em si (salientando também aqui a sua importância vital), mas também ao testemunho de seus pais. Precisamos aprender a olhar nos olhos e falar com as nossas próprias vidas a Verdade contida no Evangelho. Precisamos vivenciar a autenticidade (alguns preferem chamar de radicalidade - que assim seja!) do ser cristão em nossas casas. Precisamos recorrer as intercessões da Virgem Maria e do Glorioso São José, para que apresente ao Filho Redentor, todas as nossas súplicas e necessidades.
Por fim, concluo esse texto com mais um trecho do Papa João Paulo II que disse em sua belíssima exortação: "O futuro da humanidade passa pela família! É pois indispensável e urgente que cada homem de boa vontade se empenhe em salvar e promover os valores e as exigências da família". Então, como se furtar de tamanho desafio?
Eu já tomei essa decisão de preservar a família! E você?
Que Deus nos abençoe e guarde!
De um indigno escravo da Cruz e da Virgem Maria
*P.S.: Obrigado a leitora e amiga Ana Paula pela "dica" do título desse texto. Deus lhe pague pelo carinho!
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Algumas fotos dos simples e belos momentos que tivemos com nossos filhos:
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