O tempo quaresmal se aproxima do seu término e em breve estaremos na grande Semana Santa para sermos inseridos com toda piedade no belíssimo período pascal. Mas vale lembrar que a Ressurreição de Jesus passa necessariamente pelo Calvário. Por isso, busquemos preparar nossos corações nesse tempo de conversão que é a Quaresma. Aproveitem e reflitam com mais um "Partilhas de Madonna House.
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Queridos Amigos,
Quaresma… Tempo de conversão, de oração mais intensa…
Penitência? Às vezes, a gente escolhe uma forma de penitência e Deus escolhe
outra pra gente… Fiquei pensando no que poderia oferecer a Deus de uma maneira
especial nesta quaresma. Talvez o que Ele quer como presente de quaresma é que
eu tenha atenção especial pelas pessoas que estão ao meu lado. Ou talvez que eu
olhe nos olhos a pessoa que passa por mim na rua. Ou que eu cumprimente
calorosamente o vizinho que não diz nem bom dia… Pode ser que Ele queira que eu
vá visitar uma pessoa frágil, doente, deprimida… A Catarina, fundadora de
Madonna House, no fim de sua vida sofreu com a diminuição de sua capacidade
mental… Mas ela continuou a servir Deus através da sua união com Ele em cada
instante de sua vida. (Ver foto da Catarina já idosa). E se pedirmos a Deus que nos mostre o que Ele
quer…
Partilhando estórias de Madonna House
Envio hoje uma estória sobre uma visita que fizemos no
centro para idosos aqui perto de casa… foi uma tarde em que deixamos tudo para
partilhar a alegria de estar juntos com os residentes deste centro.
« JUNTOS »
O coral era composto de vizinhos do bairro onde se situava o
abrigo de velhos. Não tínhamos nada de profissional. Simplesmente estávamos lá
para cantar para os residentes do abrigo. Nosso repertório era de músicas
populares que a maioria dos coristas já conheciam. Fizemos, no entanto, um
ensaio que pareceu durar horas.
Finalmente entramos em uma sala que nos tinha sido reservada
pela assistente social. Era um sala escura sem janelas. Pouco a pouco, os
residentes começaram a chegar em passos lentos, tribunas, cadeiras de rodas.
Será por pura contradição que meu ritmo interno se acelerou? Ou será a
presença dos nossos auditores que me intimidou? Sim, lá estavam eles - certamente
uns mais presentes que outros. Começamos a cantar e claramente a escuridão deu
lugar a uma luz brilhante que se irradiava dos olhos dos cantores e ouvintes.
A assistente social nos levou a uma segunda sala que
funcionava como lanchonete. As famílias lá estavam visitando os seus parentes
idosos. Havia uma tristeza no ar misturada com uma espécie de festa forçada.
Ainda assim começamos a cantar e os corpos à nossa frente começaram a se
movimentar em uma dança original. Liberou-se, então, uma onda de pura alegria.
Era, enfim, uma festa!
Ainda guiados pela assistente social através de muitos
corredores, fomos conduzidos a uma terceira sala. Era a sala de recreação.
Muitos lá se encontravam para costurar, conversar, jogar cartas, dominó, damas.
Nosso coral se lançou novamente a cantar. Uma certa distância entre os ouvintes
e os cantores tão bem comportados exercia um efeito apaziguador em minha
incerta inquietude interior. No final, um café com bolo foi servido e
discretamente foi se dissolvendo qualquer distinção entre nós. Estávamos
simplesmente lá – juntos.
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