terça-feira, 15 de julho de 2014

Partilhas de Madonna House (XIII)

Fico muito feliz quando tenho a oportunidade de receber "Partilhas de Madonna House". Esse blog tem apenas a iniciativa de tornar mais conhecido esse tesouro. E esses textos de Catherine... Fantásticos!
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Queridos amigos,

Desculpem o erro das Partilhas passada... Na verdade repetimos o texto antigo e não o texto que corresponde à Partilhas que entrou on line no dia 2 de Julho... então aí vai texto correto desta Partilhas...

No dia 8 de Junho, dia em que celebramos a festa de Nossa Senhora de Combermere, alguns membros de Madonna House renovaram ou fizeram pela primeira vez as promessas de castidade, pobreza e obediência. A estátua de Nossa Senhora do Silêncio (ver foto) foi trazida para a nossa capela na casa mãe onde a maioria dos nossos membros fizeram suas promessas. Assim no seu silêncio, Nossa Senhora testemunhou as promessas feitas por cada um. Hoje vamos partilhar com vocês dois textos da Catarina sobre castidade... Estes textos se referem a todos nós pois, é claro, todos nós somos chamados à castidade... Seja como celibatário, seja no casamento...

Partilhando estórias da Catarina

“A relação do marido com a esposa acontece sempre na presença de Deus, porque é preciso três para a concepção de um nenem: Deus, o homem e a mulher. Lindo. E aí, a mulher segura a mão de um homem no casamento e eles se tornam um, como o sacerdote o diz na cerimônia. Verdadeiramente um – não apenas fisicamente, mas à medida que o tempo passa, eles devem se tornam um na mente e no coração; de muitas maneiras, eles se misturam.  

Então em nossas mãos é posto o imenso dom da vida. Que maior dom pode um homem ter? E os dois que vão para Deus, juntamente com seus filhos,  são puros de coração. Simplesmente encare isto, como um cristão deve fazer: “eu sou uma pessoa sexual. Eu fui criada para ter filhos, para gerá-los. Eu fui criada(o) para ser uma esposa ou um marido. É bem isto. Eu não tive a oportunidade ou seja o que for. Eu sou solteira(o). Eu tenho que encarar isto.”

E você o encara. Se você o fizer de todo coração e mente, com o seu ser inteiro, alguma coisa acontece. Apesar de que as pessoas casadas são puras de coração e vêm Deus, você também, se você encara sua virgindade e a eleva a Deus, a face Dele ficará mais e mais nítida em seu coração.

Para uma, ou duas, ou três pessoas – homens ou mulheres – dentre muitas centenas ou uma centena, ou coisa deste tipo, para poucos chega um chamado estranho. Eles não podem descobrir de onde ele vem. Ele está apenas no coração deles. Parece que eles sentem um cheiro adocicado, como é dito no Cântico dos Cânticos: “Ele me seduziu com o perfume de Seu ungüento”. Ungüento é um bálsamo; você subitamente sente um cheiro que você quer seguir. O chamado, o perfume – afinal o que é isto?

E subitamente, você compreende – homem ou mulher – que Deus pede a você que junte suas mãos e as eleve até Ele. Você as eleva até Ele e oferece a Ele o presente que Ele mesmo deu a você – um dos mais preciosos dons Dele – o dom de gerar e gestar outra vida. Você dá a Ele o dom de permanecer só pelo resto de sua vida; sózinho lá no fundo de sua alma, que anseia por um homem ou uma mulher com quem estar. E, por uma razão indescritível, você diz “sim”.

E você vai para um mosteiro, para um convento, para um Apostolado leigo como o nosso, ou simplesmente você dedica a sua virgindade a Deus através de votos privados ou promessas. Nós precisamos de promessas, porque nós temos um caráter fraco. Mas nós fazemos mais… quando este chamado vem, nós elevamos nossas mãos como um sacerdote eleva um cálice – alto – e nós oferecemos esta estranha coisa: a possibilidade de gerar; para uma mulher, o temeroso e lindo tempo de gestação; para um homem o sentimento de chegar do trabalho em casa, à noite, e encontrar as crianças correndo para ele para abraçá-lo. Tudo isto é elevado bem alto.

Acreditem-me, se você se decide a aceitar este chamado; se você realmente se embebe deste perfume, então não há volta: você se torna um louco por causa de Cristo. E um louco você deve ser. Você deve jogar fora todos os padrões do mundo. Uma freira, uma pessoa leiga, um Apostolado, uma comunidade – chame como quiser – nós somos pessoas solteiras subitamente chamadas por Deus, de alguma forma apaixonadas por Ele. Bem, a vida deles se torna um cálice – sejam eles quem forem. Elevando alto e retornando para Deus o presente que Ele deu a eles – sexo.”

(Do original Leitura Espiritual do dia 26 de Junho de 1975)


“Eu fui casada duas vezes. Eu conheço todos os êxtases da carne, a sua beleza e assim por diante. E eu sinto muito por aqueles que não compreendem isto. As pessoas pensam que a terrível solidão deles – a qual é a tragédia de nosso tempo, pois nós esquecemos Deus – será aliviada se eles forem para a cama com alguém ou se eles se casarem. Mas necessariamente isto não acontece assim, não acontece mesmo.

O casamento, mesmo o casamento mais santo, não diminui necessariamente a solidão. Algumas vezes, ele torna a solidão pior que antes. Você tem absoluta certeza de que você não vai se sentir estranhamente só tendo um marido sentado ao seu lado?  Foi o Senhor que fez esta solidão. Ambos, marido e esposa tentam entender um ao outro e nunca o podem – nunca o conseguem. Quantas vezes eu me sentei ao lado de Eddie, no passado, quando nós levávamos a vida normal de um casal, e eu me dizia: “o que este homem está pensando. Quem dera eu soubesse.” E ele me disse muitas vezes: “eu me sento ao seu lado e nós possuímos um ao outro e no entanto nós não nos pertecemos.” Verdade…

A solidão que as pessoas procuram aliviar é sem dúvida atenuada pelo companheirismo e amizade, seja no casamento ou fora dele. Mas ela nunca será saciada, pois Deus nos fez para Ele. E, como Santo Agostinho diz: “meu coração nunca repousará  até que ele repouse em Deus”.

E toda a terrível solidão que está em nosso peito, nos envolve e nos leva a fazer coisas estranhas, a solidão é como um chicote que nos incita a ir através de mundos para encontrar alívio para ela; ninguém pensa sobre isto, mas ela é simplesmente a solidão do homem por Deus. E ela pode ser aliviada, quando permanecemos na quietude, permitindo que Deus se aproxime de nós… Então a solidão é aliviada.

Certamente, você pode satisfazer-se com sexo. Quem pode impedir você?  Mas se assim for, olhe para si mesmo no espelho, uma hora depois que você terminou de ter a relação e diga para você mesmo: “eu fui criada à semelhança de Deus. O que eu fiz a mim mesmo?”  Mas se há algo que o mundo precisa hoje é pureza de coração. Nós desejamos ver o reflexo de Deus nos olhos dos homens e mulheres. Nós desejamos. E, tudo que nós vemos é violência, ódio, e luxúria. Então, você pode dissipar o seu corpo, você pode dissipar a sua mente, você pode dissipar a sua alma. Você pode gastar muito dinheiro com psiquiatras, tentando se livrar da culpa e do medo e outras muitas coisas que se desenvolvem com o mal-uso do sexo. Mas, por que fazê-lo, quando Deus nosoferece a chance de sermos puros de coração, para que nós possamos vê-lo antes de morrermos.”


(Do original Leitura Espiritual do dia 4 de Junho de 1975)

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