terça-feira, 28 de janeiro de 2014

A reta devoção a Santíssima Virgem Maria

Vez ou outra encontramos afirmações mais ou menos assim: "Maria não salva ninguém, quem salva é JESUS CRISTO!". Pois bem, a afirmação está mais do que correto e conforme a verdadeira doutrina cristã católica. Entretanto, o que mais incomoda nesses discursos é a "teologia aplicada", e geralmente por alguns católicos formadores de opinião, que tenta a seu bel-prazer "ocultar" a figura da Virgem Maria na economia da salvação. É mister insistir na explicação que a Igreja sempre nos ensinou que Jesus Cristo É o Salvador, mas isso não implica afirmar que as devoções marianas devem ser extintas. Deve-se ter o cuidado de não correr para dois extremos: o "maximalismo" mariano e o "minimalismo" mariano. Alguns discursos atuais, se não for entendido de forma correta - http://www.mudesuamente.com/2014/01/padre-diz-que-maria-nao-salva-ninguem.html - pode deixar dúvidas num fiel devoto da Santíssima Virgem Maria. 

A Virgem Santa tem sim lugar sublime na nossa fé e isso precisa ser disseminado em nossos grupos. Aliás, a reta fé que tem Maria como porto seguro nos indica SEMPRE Jesus Cristo. Essa ideia de "idolatria mariana" é "papo de protestante". Os verdadeiros católicos marianos sabem em que creem e reconhecem Aquele que é o Salvador. Confesso que tenho medo (e serei ainda mais franco!) dessa visão que tem se alastrado por aí de "esconder" Maria das nossas paróquias e grupos. Podemos beirar ao protestantismo se descuidarmos da verdadeira devoção a Mãe de Deus, como já ensina São Luís Maria Grignion de Montfort. O verdadeiro filho de Jesus se sente também filho de Maria. 

Esse belíssimo livro do grande santo mariano São Luís tem sido inclusive mal interpretado e em alguns momentos, excluído dos nossos grupos (a exemplo do que fizeram outrora). Por que será? É justamente porque São Luís apresenta a Virgem Maria como nossa Mãe e Rainha, filha submissa e fiel do Senhor. A primeira frase do Tratado diz: "Foi pela Santíssima Virgem Maria que Jesus Cristo veio ao mundo, e é também por Ela que deve reinar no mundo" (n. 1). Aí surgem aqueles que dizem que há um exagero por parte do santo francês! Ah, meus irmãos! Quem dera compreendermos a intimidade entre a Virgem Santa e o nosso Bom Pastor...

Uma das preciosidades do Tratado diz: "Com toda a Igreja confesso que Maria, não sendo mais que uma simples criatura saída das mãos do Altíssimo, é menor que um átomo, ou antes, não é nada em comparação com a sua majestade infinita, visto que só Deus é “Aquele que é” (Ex 3,14). Por conseguinte, este grande Senhor, sempre independente e bastando-se a si mesmo, não teve nem tem absoluta necessidade da Santíssima Virgem para o cumprimento dos Seus desígnios e para a  manifestação da sua glória. Basta-lhe querer para tudo fazer" (n. 14).

Por isso, não tenhamos medo de amar Maria! Não difundamos um amor cristão que exclui o amor a Virgem Maria! Entregar tudo a Nossa Senhora é ter a certeza de que tudo é entregue a Deus! Ela nunca buscou méritos para si, foi sempre aquela que fez a vontade do Senhor. O amor sincero a Jesus Cristo nos conduz certamente ao amor da Virgem Maria. 

Por fim, não sejamos devotos críticos ou devotos escrupulosos (nn. 93 a 95), como explicita São Luís Maria no Tratado da Verdadeira Devoção. Cuidado para não se tornar vítima de mais uma falácia do mal que já foi derrotado pela Mulher:

93. Os devotos críticos são, ordinariamente, sábios orgulhosos, espíritos fortes e que se bastam a si mesmos. No fundo têm alguma devoção à Santíssima Virgem Maria, mas criticam quase todas as práticas de devoção que as almas simples tributam singela e santamente a esta boa Mãe, porque não condizem com a sua fantasia. Põem em dúvida todos os milagres e narrações referidas por autores dignos de crédito ou tiradas das crônicas de ordens religiosas, e que testemunham as misericórdias e o poder da Santíssima Virgem. Vêem com desgosto pessoas simples e humildes ajoelhadas diante dum altar ou imagem da Virgem, talvez no recanto duma rua, para aí rezar a Deus. Acusam-nas até mesmo de idolatria, como se estivessem a adorar madeira ou pedra. Dizem que, quanto a si, não gostam dessas devoções exteriores, e que não são tão fracos de espírito que vão acreditar em tantos contos e historietas que correm a respeito da Santíssima Virgem. Quando lhes referem os louvores admiráveis que os Santos Padres tecem a Nossa Senhora, ou respondem que isso é exagero, ou explicam erradamente as suas palavras. Esta espécie de falsos devotos e de gente orgulhosa e mundana é muito para temer, e causam imenso mal à Devoção a Nossa Senhora, afastando eficazmente dela o povo, sob o pretexto de destruir abusos. 
94. Os devotos escrupulosos são pessoas que temem desonrar o Filho honrando a Mãe, rebaixar um ao elevar a outra. Não podem suportar que se prestem à Santíssima Virgem louvores muito justos, tais como os Santos Padres lhe dirigiram. Não toleram, senão contrariados, que haja mais pessoas de joelhos diante dum altar de Maria que diante do Santíssimo Sacramento. Como se uma coisa fosse contrária à outra, como se aqueles que rezam a Nossa Senhora não rezassem a Jesus Cristo por meio d'Ela! Não querem que se fale tantas vezes da Santíssima Virgem, nem que a Ela nos dirijamos tão freqüentemente. Eis algumas frases que lhes são habituais: Para que servem tantos terços, tantas confrarias e devoções externas à Santíssima Virgem? Há muita ignorância nisto tudo! Faz-se da  religião uma palhaçada. Falem-me dos que têm Devoção a Jesus Cristo (freqüentemente pronunciam este Santo Nome sem a devida reverência, sem descobrir a cabeça, digo-o entre parêntesis). É preciso pregar Jesus Cristo: eis a doutrina sólida! Isto que dizem é verdadeiro num certo sentido; mas quanto à aplicação que disso fazem, para impedir a Devoção à Virgem Santíssima, é muito perigoso. Trata-se duma cilada do inimigo sob pretexto dum bem maior. Pois nunca se honra mais a Jesus Cristo do que quando se honra muito à Santíssima Virgem. A razão é simples: só honramos a Virgem no intuito de honrar mais perfeitamente a Jesus Cristo, indo a Ela apenas como ao caminho que leva ao fim almejado, que é Jesus. 

95. A Santa Igreja, com o Espírito Santo, bendiz em primeiro lugar a Virgem e só depois Jesus Cristo: “Bendita sois Vós entre as mulheres e bendito é o fruto do Vosso ventre, Jesus” (Lc 1, 42). Não é que Maria seja mais que Jesus, ou igual a Ele: dizê-lo seria uma heresia intolerável. Mas, para mais perfeitamente bendizer Jesus Cristo, é preciso louvar antes a Virgem Maria. Digamos, pois, com todos os verdadeiros devotos da Santíssima Virgem, e contra esses falsos devotos escrupulosos: Ó Maria, bendita sois Vós entre as mulheres e bendito é o fruto do Vosso ventre, Jesus!

"Ó Virgem Maria, sou todo teu e tudo que tenho é vosso!"

De um indigno escravo da Cruz e da Virgem Maria

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