quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

A experiência da paternidade - Parte II

Primeiramente gostaria de agradecer aos amigos que mostraram-se ansiosos pelas próximas postagens de "A experiência da paternidade". Espero que minhas partilhas estejam sendo proveitosas para vocês assim como elas são para a minha vida. 
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Hoje gostaria de tratar de uma temática muito importante quando estamos em família, especialmente no momento em que os filhos vão surgindo e crescendo, ou seja, o relacionamento e amor entre eles. Sempre acreditei na força do exemplo, do testemunho, assim como dizia São Francisco de Assis: "Evangelizem, se necessário, usem as palavras". Desse modo, a família enquanto igreja doméstica e "ninho" de amor deve cultivar os mais sinceros sentimentos entre seus membros. 

Certamente todos concordam que cada filho tem sua personalidade específica, seus gostos, suas preferências e obviamente, suas limitações e deficiências próprias. O mais interessante é observar como os filhos são diferentes uns dos outros (mesmo que haja diversas semelhanças) e ao mesmo tempo bem parecidos em alguns aspectos, seja físico, seja na linguagem utilizada ou até mesmo na maneira de rir. Enfim, somos seres únicos e queridos por Deus, cada um a seu modo próprio.

Nesse contexto, nós enquanto pais (juntamente com as mães) temos a obrigação de tornar nosso lar um ambiente de harmonia, de amor e por que não dizer, de convívio com as diferenças do outro. Por exemplo: sempre fui mais "estourado" e impaciente, diferentemente de minha esposa que é "a paciência em pessoa", além da tranquilidade e serenidade da mesma. Assim, nossos filhos ora "puxam" mais ao pai, ora a mãe, ora aos dois... No entanto, a formação que nós possibilitamos em casa condiciona e muito esse jeito de ser da criança. Eis a "tremenda" responsabilidade que temos!

Dessa forma, desde o nascimento da nossa primogênita (há 8 anos), temos ensinado a importância da partilha, da espera, da perda, dentre outras situações importantes para a formação da criança. Com o nascimento de Maria Clara (4 anos), Maria Gabriela começou a pôr em prática essas atividades de partilha e desprendimento, a começar da atenção dos pais, que agora também tinham a irmã; a partilha dos brinquedos; do quarto; do estar junto; etc. Mesmo observando a diferença da idade, é possível integrá-los constantemente no dia-a-dia da casa, das atividades em família, como na oração em família (antes de dormir ensinamos as duas a rezarem juntas e também de forma individual), na recitação do Rosário, na participação da Santa Missa, nas atividades escolares (cada uma com suas atividades próprias), além das diversas brincadeiras. 

No decorrer do tempo, torna-se perceptível o quanto eles sentem a necessidade de estarem juntos, ao ponto de sentirem a falta se um não estiver em casa naquela noite (vez por outra uma vai dormir na casa da avó) ou algo do tipo. Sempre fizemos questão de enfatizar que a melhor amiga de Maria Gabriela é Maria Clara, e de Maria Clara, Maria Gabriela. 

Com o nascimento de Pedro José (amanhã completa 6 meses), o homenzinho da casa recebe mais mimos do que o papai aqui (risos...), fruto de toda expectativa que criaram desde o momento da notícia da terceira gravidez da mãe. Assim, mesmo Pedro José sendo muito novo ainda, as Marias já incorporam o irmão em várias atividades, como assistir televisão e colocá-lo na rede com elas; passear e ficar brincando com ele, principalmente fazendo "careta" e permitindo que o menino comece a rir quase sem parar (mais risos...). 

Pois bem, nesse ambiente nossos filhos vão sendo criados e ao mesmo tempo aprendendo a conviver com o outro, respeitando e amando seus irmãos, pois esse dever já se inicia desde cedo. Acredito firmemente que a união em Deus se reflete inicialmente da união daqueles que vivem em família. Já dizia o grande Papa João Paulo II: "Família que reza unida permanece unida". Essa oração se traduz de diversas formas, a começar do acolhimento e do amor que temos com o outro. Concluo citando Catherine Doherty que muito estimava a vida familiar: "Um lar não é uma morada construída apenas com as mãos. É também feito de amor, de união, de singularidade, que é capaz de transformar um casebre em um palácio de alegria e paz, porque a tranquilidade do Espírito de Deus reina no seu interior". 

Alguém pode perguntar: "Mas não há discussões entre essas crianças?" Respondo: Sim! Mas isso já é assunto para outra postagem.

Abaixo seguem algumas fotos desse "estar junto". Algumas destas são momentos inesquecíveis que estão gravadas no meu coração. Observar a alegria de uma irmã em colocar seu irmão ou irmã nos braços pela primeira vez não tem preço!

 Maria Clara contando a estória dos 3 porquinhos
 Na Santa Missa (08/12/2013) em Cerro Corá
 No Rancho São José a brincadeira rola solta
 Debaixo da sombra do cajueiro...
 17/07/2013 - Maria Clara: "Papai, Pedro já parece um rapaz!"
 17/07/2013 - Maria Gabriela atenta com o irmão
 O acolhimento de Maria Gabriela com Pedro José ao chegar do hospital
  O acolhimento de Maria Clara com Pedro José ao chegar do hospital
 Ajudando a mãe com o príncipe da casa
 Unidos...
 É chamego demais!!!
 Presentes de Deus
 Juntas, sempre juntas...
 Adora melancia! Quando Maria Clara deixou de sentar na cadeirinha própria para criança, perguntei em que lugar da mesa ela gostaria de se sentar. Respondeu: "Perto de Inha" (só chama a irmã dessa forma)
 Assistindo desenhos juntas
 E vamos passear...
 No Monte de Nossa Senhora das Graças em Florânia/RN
 Na "Bica" em João Pessoa/PB
 Antes de irmos a Santa Missa no Natal - 24/12/2013
 No Rancho São José antes de irmos a Santa Missa - 31/12/2013
 Brincado com o irmão e dando uma ajuda a mãe, cuidando de Pedro
 É assim o dia inteiro...
Ano passado Maria Gabriela pegou minha agenda e escreveu/desenhou esse singelo bilhete (vejam o detalhe - "amor sem fim - Danilo, Adélisan, Clara, Gabriela e Pedro)
 21/03/2008 - Acolhimento de Maria Gabriela na chegada de sua irmã em casa (Essa imagem é simplesmente bela!)
 Nosso costume de ficar na rede. E a rede está ficando pequena com os três...
Olha a alegria!!! (21/03/2008)

De um indigno escravo da Cruz e da Virgem Maria