quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Livros que recomendo (XI)


Nesta postagem apresento sucintamente mais alguns livros que recomendo. Dois deles foram leituras no primeiro e segundo semestre desse ano (O Inferno e Imitação de Maria). Os outros dois (A abolição do homem e Santa Missa Mistério da nossa fé) são livros que geralmente empresto e facilmente os leitores se agradam e aprendem bastante com os mesmos.

1) Inicio com o EXCELENTE livro do Pe. Franz Rudroff - sacerdote alemão - intitulado "Santa Missa Mistério da Nossa Fé", que explica detalhadamente o centro da nossa fé cristã católica - a Santa Missa: a perpetuação do Sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo no Calvário! O mais interessante é que o autor através de suas explicações consegue envolver facilmente o leitor numa linguagem simples e profunda ao mesmo tempo, além da mística envolvida nas meditações. Todavia, o que mais chama atenção nesse livro são as imagens pintadas pelo próprio sacerdote, um verdadeiro apóstolo da Eucaristia. Certamente essas imagens brotam de uma intimidade do padre com o próprio Cordeiro Imolado. Assim, recomendo veementemente esse livro para todos aqueles que amam a Santa Missa e também para aqueles que gostariam de aprender um pouco mais a amar o Santo Sacríficio de Cristo, a começar pela forma como nos comportamos em cada Santa Missa. O livro tem sido vendido principalmente pelo Instituto Hesed, bem como em algumas livrarias católicas.

2) Um livro "A Abolição do homem" (Ed. Martins Fontes - 2ª edição - 2012) de um "monstro da literatura universal" chamado Clive Staples Lewis. Livro de poucas páginas, mas denso por demais nos seus ensinamentos precisos e ao mesmo tempo reflexivos e mais do que sóbrios. O autor fala do papel do educador na sociedade; da ética; do pensar enquanto aluno; além de tratar sobre alguns aspectos morais, que atualmente tem "minado" o ser humano, pois "não creio que a história nos dê algum exemplo de um homem que, tendo abandonado a moral tradicional e alcançado o poder, tenha usado esse poder de maneira benéfica" (LEWIS, 2012, p. 63). Ao ler este livro escrito pelo inglês no início da década de 40, percebi o quão atual se encontra o mesmo, haja vista as imposições atuais na nossa sociedade. "Mas os projetistas de homens destes novos tempos estarão armados com os poderes de um Estado onicompetente e uma irresistível tecnologia científica: obteremos finalmente uma raça de manipuladres que poderão, verdadeiramente, esculpir toda a posteridade a seu bel-prazer" (LEWIS, 2012, p. 58). Nesse sentido, conclui o autor com a afirmação fantástica: "A conquista final do homem mostrou-se a abolição do Homem" (LEWIS, 2012, p. 61).

3) Aqui comento o antigo (e novo!) livro do Monsenhor Louis-Gaston de Ségur intitulado "O Inferno" publicado pela Ed. Ecclesiae. O sacerdote francês o escreveu na segunda metade do século XIX, mas precisamente em 1876. Para alguns o livro pode parecer sobre um assunto "ultrapassado" ou então altamente refutado pelas "modernas" teses sobre as realidades escatológicas. Entretanto, enquanto cristão, as realidades escatológicas são realidades e desse modo devem ser encaradas. O Monsenhor de Ségur consegue através de uma leitura simples penetrar na profundidade e relevância do tema, principalmente através dos diversos casos citados. Para o autor, "o grande missionário do céu é o inferno". Seu escrito mereceu nada mais nada menos que uma nota do Papa Pio IX ao próprio autor, que transcrevo abaixo:

"Eu vos sáudo, bem amado filho, com a Bênção Apostólica. Felicitações de todo o nosso coração, que vós não cessais em preencher, em larga escala e muita competência, com o ofício de arauto do Evangelho. Tudo o que publicais espalha-se rapidamente entre o povo. Evidentemente, para que vossos escritos despertem tanto interesse, é necessário que sejam agradáveis - e não agradariam se não tivessem o dom de conciliar os espíritos e chegar até o fundo dos corações, produzindo, em cada um deles, efeitos benéficos. Beneficiai com a Graça que Deus vos deu, e continuai a trabalhar com ardor para cumprir a vossa tarefa de evangelização. Quanto a nós, prometemo-vos uma assistência da parte de Deus, através da qual podereis iniciar um número de almas cada vez mais considerável nas vias da salvação, e assim tecereis uma magnífica coroa de glória. Por enquanto, como prêmio a esse celestial favor e de outros dons do Senhor, recebeis, bem-amado filho, a Bênção Apostólica que vos damos com grande amor, para que testemunhais nossa benevolência paterna" (Dado em Roma, junto de São Pedro, no dia 2 de março de 1876, trigésimo ano de nosso Pontificado - PAPA PIO IX).

Dizia em outra oportunidade o Papa Pio IX sobre o tema do livro: "Nada é mais capaz de fazer os pobres pecadores refletirem e, consequentemente, fazê-los retornar a Deus, do que as verdades do inferno".

4) Por último, recomendo o singelo e maravilhoso livro de autor desconhecido (um religioso anônimo - um Cônego Premostratense da Abadia de Marchtal, na Baviera) intitulado "Imitação de Maria" publicado em 1764. Nos moldes do famoso "Imitação de Cristo" de Thomas de Kempis, a "Imitação de Maria" foi literalmente um doce companheiro durante todo o segundo semestre de 2013. Como um escravo de Maria, "bebi" de cada frase escrita. Foi um leitura pausada, demorada e muito proveitosa. Poderia escrever outro livro comentando sobre ele, todavia, o que fica mais latente é o amor materno da Virgem Mãe para com todos os seus filhos, e eu sou um deles. Transcrevo um dos trechos que mais me marcaram nessa leitura, meditada por mim de forma particular no dia 15 de setembro (memória de Nossa Senhora das Dores): "Limites não tinha o meu amor por Jesus, é fácil entenderes que a minha dor também não tinha limites. Eu tinha todo o Calvário, filho, dentro do coração! Estava, porém, resignada. E a minha resignação não era menor que o meu amor e a minha dor" (p. 192).

Tenham uma excelente leitura!

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