terça-feira, 28 de maio de 2013

"Revolução" estudantil

Apesar deste blog dedicar-se mais integralmente a temas religiosos, tratarei nesta postagem de uma temática que sempre chamou minha atenção - a revolução estudantil. O intento de escrever algo possui duas causas, a saber: a leitura do livro "As revoluções utópicas dos anos 60: a revolução estudantil e a revolução política na Igreja" de Luiz Carlos Bresser-Pereira (Ed. 34) e os últimos acontecimentos ocorridos na capital potiguar - Natal - envolvendo os estudantes.

Inicialmente, discordo de vários pontos do autor do livro acima citado, bem como das diversas atitudes dos grupos estudantis que ora esquecem que estão numa civilização ou que em muitas ocasiões desconhecem até mesmo o "porquê" das suas denúncias ou reivindicações, isto é, parece-me uma espécie de "luta sem causa", ou melhor, um "modismo" travestido de grupos intelectualizados, que na grande maioria das vezes são massas de manobra de uma elite intelectual ultra-esquerdista que se apoia integralmente nos princípios comunista-socialista-anarquista com uma intenção perene de revolucionar... Mas revolucionar o quê? Talvez tudo! Menos os seus comportamentos e pensamentos estreitos sobre os diversos assuntos que permeiam a sociedade contemporânea.

Vale destacar que em alguns casos as reivindicações em si são legítimas e necessárias, todavia, o modus operandi é que transgride os princípios coerentes da discussão e do debate. É como um comunista-socialista que defende o dito regime e faz toda aquela algazarra, entretanto, age cotidianamente com um "burguezinho capitalista" (são esses adjetivos pejorativos mais utilizados por eles!). Enfim, a "teoria versus prática" é consideravelmente exarcebada.

Assim, cito as cinco causas permanentes ou condições da revolta estudantil descritas por Luiz Carlos Bresser-Pereira, que escreveu este ensaio no ano de 1968:

1) A revolução na educação;
2) A desintegração da família patriarcal;
3) A crise do racionalismo (ditadura do relativismo);
4) A massificação estudantil;
5) O desenvolvimento tecnológico em escala geométrica.

O autor aponta essas causas como verdadeiros motivadores para a permanente revolução estudantil, que de tempos em tempos, ressurge das cinzas (pois as discussões internas e divisões de grupos são perenes!) com um "ar de suprema razão" e quiçá de "salvadores da pátria" ou então de "mártires do mundo moderno" que gritam aos quatro cantos do mundo que esse mundo não é mais mundo, e sim um mundo imundo (a redundância foi proposital!).


Concordo com o pensamento do autor no que tange as causas apresentadas, no entanto, gostaria de abordar outro ponto, que a meu ver, é primordial para um melhor entendimento do assunto. Trata-se da falta de visão crítica do jovem ou quem sabe de uma autenticidade de sua personalidade, que envolve seus princípios e valores. Mas por que trato dessas questões? Simplesmente pelo fato simples: a grande maioria de jovens que faz parte dessas "revoluções" são jovens que "seguem" (naquilo que acham conveniente!!! Como é o caso das ações nas ruas... É legal, é divertido, é ser o "bola da vez", o "chama-atenção" do noticiário mais tarde, o herói da faculdade...) ideologias sem sequer conhecê-las. 

O que encontro de jovens recém-chegado na universidade que em poucos meses já defende tudo que é "direito" alheio e concordo plenamente com as "pautas reivindicatórias" da minha classe intelectualizada (seria uma forma de busca por aceitação?), haja vista que meus mestres professores defendem e comprovam que Marx, Lênin, Stálin, Fidel, Che Guevara sempre estiveram certos! Puxa vida, quanta inocência desses jovens que não leem nem buscam conhecer o outro lado da moeda. 

Assim, nossos jovens estudantes universitários vão sendo "formados" segundo uma ideologia comprovadamente fracassada e hostil, para não dizer totalitária, tornando-se a nova geração "pensante" do país, que em breve, terão suas decisões e opiniões presas aos princípios entendidos (em muitas casos por um modismo ou por não querer ser diferente, isto é, pensar de forma distinta dos demais) como certos e ultra-mega-super necessários para o desenvolvimento do país.

E então, o que será desse nosso Brasil com essas novas gerações? Confesso que não sei, pois estão numa espécie de "bola de neve" em que a mãe-pai chamada "Estado" está tomando conta de tudo, inclusive das mentes dos nossos jovens.

Cazuza cantava entusiasmado que queria uma ideologia para poder viver, independentemente qual fosse. Eis que os nossos jovens continuam formando esse coro com o cantor (O próprio cantor é um exemplo de heroísmo e boa conduta, não é verdade?). São como consumidores compulsivos que compram (ou ganham através de uma "bolsa"?) uma ideologia pronta, sem vida, e cheia de revolta.

Espero estar vivo para ver tudo isso diferente! Quem sabe, quem sabe... Deus nos abençoe!

Danilo Cortez Gomes

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