terça-feira, 7 de maio de 2013

Não sejamos cristãos mornos

O Papa Francisco tem sido mais do que incisivo em suas homilias diárias. Segue parte de um artigo publicado pela agência ZENIT que trata da homilia do Santo Padre. Confesso que ao lê-la, lembrei imediatamente daquilo que está escrito no livro do Apocalipse: "Mas, como és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te" (Ap 3,16).

CIDADE DO VATICANO, 03 de Maio de 2013 (Zenit.org) -  A "coragem" é a palavra que identifica o verdadeiro cristão, a coragem de "transmitir a fé." Papa Francisco foca num dos conceitos mais caros a ele durante a Missa desta manhã na Casa Santa Marta: o anúncio forte do Evangelho, em qualquer tempo ou lugar, pelos cristãos não “mornos”, mas corajosos.

O Santo Padre concentrou toda a sua homilia num único convite: não ser “mornos”, nem mesmo no momento mais íntimo da vida de fé que é a oração, mas sim pedir ao Senhor a "graça da coragem" e da "perseverança". Todos nós, explicou o Papa, somos cristãos porque recebemos em dom a "fé em Jesus ressuscitado, que nos perdoou os pecados com a sua morte e nos reconciliou com o Pai". Assim, não só devemos transmitir esta fé que nos foi dada, mas também "anunciá-la com a nossa vida, com a nossa palavra". E o transmitir a fé implica uma certa dinâmica do cristão: “Transmitir isso requer de nós que sejamos corajosos”, disse o Pontífice; algumas vezes, porém, é uma coragem muito mais “simples” do que se pode imaginar.

Mas a coragem - "aquela parresia" - não é necessária apenas para a evangelização, mas também na oração que, segundo Papa Francisco, é como um "desafio" que Jesus nos envia, quando diz: "Tudo o que pedirdes em meu nome, eu o farei para que o Pai seja glorificado no Filho". "Isso é forte!", afirmou o Santo Padre. O problema é se nós realmente temos a coragem de enfrentar este ‘desafio’: “Temos a coragem de ir a Jesus e pedir-lhe: ‘Mas, você disse isso, faça-o! Faça que a fé continue, faça que a evangelização vá pra frente, faça que esse meu problema seja resolvido...’. Temos essa coragem na oração? Ou rezamos um pouco assim, quando dá, dedicando pouco tempo à oração?".

Um exemplo de verdadeira coragem vem da Sagrada Escritura, disse o Papa, onde os grandes pais Abraão e Moisés tiveram a audácia de "negociar com o Senhor em favor dos outros, em favor da Igreja”. Este ardor de milênios atrás, ainda é mais urgente hoje, porque - disse Bergoglio - "quando a Igreja perde a coragem, entra na atmosfera de tepidez".

"Os cristãos mornos, sem coragem" - acrescentou - "fazem tanto mal para a Igreja", porque "a tepidez te leva para dentro, começam os problemas entre nós; não temos horizontes, não temos coragem, nem a coragem da oração dirigida aos céus e nem mesmo a coragem de anunciar o Evangelho".

Não só isso, "estamos mornos - concluiu o Papa - e temos a coragem de envolver-nos em nossas pequenas coisas, nossos ciúmes, nossas invejas, carreirismos, de seguir adiante egoisticamente, em todas estas coisas. Mas isso não é bom para a Igreja ... ". Portanto, a exortação é clara: "A Igreja deve ter coragem!" E "todos nós devemos ser corajosos na oração, desafiando a Jesus".

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