quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Partilhas de Madonna House (X)

Segue mais uma "Partilhas de Madonna House". É impressionante como Catherine conseguiu apresentar a beleza de Deus nos momentos mais difíceis da vida humana. A certeza da vida que brota da morte é uma das características mais belas que admiro nos santos, dentre eles a "Baronesa". Boa leitura!
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Queridos amigos,

O mês de Novembro começa com duas celebrações muito importantes para todos nós: dia de Todos os Santos e dia de Finados…  E no mês de Outubro tivemos a abertura do ano da fé no momento do aniversário de 50 anos do Concílio Vaticano II e a abertura do sínodo da Nova Evangelização... Tudo isto é tema de reflexão e de oração para toda a Igreja e para todos nós de Madonna House.


Helen Schreiner
Catarina sempre dizia que ela gostava muito de conversar sobre a morte mas as pessoas em torno dela tinham mêdo deste tipo de conversa. Mas aos olhos da fé, a morte é o grande momento do encontro face a face com Deus. Neste sentido nós de Madonna House vivemos a morte de Helen Schreiner no fim do mês de Agosto como uma celebração de sua vida com o Senhor (a foto de Helen se encontra nesta Partilhas). Ela foi membro de Madonna House por mais de 40 anos e na maioria deste tempo ela serviu como secretária da diretora geral de Madonna House. Sua bondade era reconhecida por todos que se aproximavam dela e a sua obediência nos mínimos detalhes era exemplar. Ela dizia que como secretária ela tinha aprendido a obedecer sem analisar muito o que era pedido dela… Pois ela tinha acesso a questões confidenciais e ela guardava tudo dentro da ordem da obediência e da humildade o que a equipava de uma grande paz.

Outro membro de Madonna House viveu o grande momento da morte no dia 15 de Outubro… Na comunidade, Marta Shepherd quase toda a sua vida serviu em Ottawa. A casa de Ottawa é uma casa de poustinia, quer dizer, é uma casa onde moram somente dois membros de Madonna House e as pessoas visitam a casa para um tempo de deserto, em geral, de 24 horas... Marta viveu nesta casa por mais de 20 anos e o encontro com o Senhor na poustinia a preparou para o grande encontro face a face. 


Partilhando estórias da Catarina

Esta é a hora do vazio, a hora de me despojar, de retirar de meu coração, da minha alma, da minha mente, das minhas mãos tudo ao qual eu me apego.

Esta é a hora da quietude que permite a Deus de me formar segundo a Sua vontade, de dar ao meu ser a forma que Ele quer que eu tenha ao aparecer diante do Pai.


Esta é a hora da nudez, da preparação para me revestir das vestimentas de peregrino do Absoluto que permanece em vigília, pronto para entrar na, hoje, terra da fé; terra impossível de ser mapeada.


Esta é a hora do coração e da alma que escuta; hora de dobrar as asas do intelecto para ouvir o Espírito Santo falar. Pois esta é a hora do vento e do fogo que irão queimar as impurezas em mim; vento e fogo que irão me levar até Ele.


Fogo iluminando a Face que ninguém vê sem morrer, exceto uma criança, um louco por Deus, um possesso de Amor. Vento soprando música da terra, do cosmos, do universo.


Fogo e vento vieram para transportar, para me carregar, para carregar os homens para os braços amorosos de  Deus. Vento soprando toda a música da terra, do cosmos, do universo como uma orquestra tocando para o meu casamento, para o casamento eterno entre Deus e o homem.


Fogo e vento que transporta, me carrega, carrega os homens para dentro dos braços amorosos do Deus vivo.


Explosão de fogo, de luz e sons; os santos cantam.


Em torno da terra como um facho de luz mais rápido que milhares de sons; os santos cantam.


Imensidão! Intensidade!  Santos, um número incontável; eles me cobrem, eles cobrem os homens com um manto de amor e proteção…


(Catarina Doherty, « Journey Inward »; Editora Alba)

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