sábado, 15 de novembro de 2014

Livros que recomendo (XIII)

Em mais uma postagem sobre "livros que recomendo", indico quatro leituras bem diferentes, mas não menos interessantes, a saber: 

1) Trata do livro Carta ao Pai do escritor Franz Kafka, mais conhecido pelo livro "A Metamorfose". Nessa seu livro ainda mais intimista, Kafka se revela um homem com marcas profundas e ao mesmo tempo com "chagas abertas" por causa de sua relação conturbada com o pai. Em sua exposição, fica claro o quanto um indivíduo pode carregar sequelas devido a uma relação difícil com um ente tão querido que é o seu genitor. Algumas afirmações são fortes e reveladores, como: "Por favor, pai, me entenda bem, esses pormenores teriam sido totalmente insignificantes em si; eles só me oprimiam porque o homem que de maneira tão grandiosa era a medida de todas as coisas não atendia ele mesmo aos mandamentos que me impunha" (p. 33). E essa outra: "Minha atividade de escritor tratava de ti, nela eu apenas me queixava daquilo que não podia me queixar junto ao teu peito" (p. 69). Vale a pena conferir!

2) Outro livro bem interessante é "O homem que foi quinta-feira" do grande escritor e filósofo inglês Gilbreth Keith Chesterton. Num romance "sombrio" e cheio de cenas imaginárias e dignas da atenção do leitor, o autor consegue mais do que prender a atenção daquele que lê, mas torná-lo partícipe de uma estória fascinante e cheia de ensinamentos nas entrelinhas da narração. Recomendo muito!!!

3) O livro do Pe. David Francisquini intitulado "Homem e mulher Deus os criou" é um daqueles livros diretos, objetivos, concisos e muito esclarecedores. Para essa leitura, vale o ditado popular que diz: "Meia palavra para o bom entendedor, basta!". O autor trata de temas necessários para os cristão da atualidade, haja vista a agenda instalada nos dias atuais em que predomina a ideologia de gênero. 


4) Por fim, ressalto o livro do grande escritor e um dos homens mais célebres da cultura potiguar, isto é, Luis da Câmara Cascudo. Seu livro intitulado "Viajando o Sertão" é na verdade as anotações de uma aventura desse homem culto pelo sertão potiguar. Além dos aspectos culturais e geográficos comentados no livro, fiz questão de grifar algumas passagens em que ele enfatiza a piedade popular do sertanejo. Tudo isso faz parte da nossa história bonita e exclusiva alicerçada nesse chão seco, árido e benfazejo. 
"Seria indispensável a cadeira de Arte Religiosa Brasileira para ensinar aos nossos párocos um mais profundo amor pelos monumentos legados pelas gerações desaparecidas. Sirva de exemplo o altar da Igreja de Serra Negra, em madeira talhada, simples e emocionante prova de fé, quebrado, inutilizado, destruído, para ser substituído por um altar de tijolo ou cimento, sem significação e história" (p. 35)

"Um trabalho de madeira é sempre um esforço pessoal, direto, próprio. Fique feio ou deslumbrante, o caso é que é um produto da inteligência humana, sem o auxílio da máquina polidora" (p. 38).

"Como todos os primitivos, o sertanejo não tem o senso decorativo nem ama sensorialmente a natureza. Seu encanto é pelo trabalho realizado por suas mãos. Nisto reside seu manso orgulho de vencedor da terra" (p. 43)

"Na ampla e alpendrada residência, o padre Scholz conta alguns pormenores. Nossa Senhora dos Impossíveis é uma das devoções mais antigas e poderosas no Sertão. Incontáveis romarias atravessam a serra para levar os tributos da Fé ao 'vulto' ingênuo da santa" (p. 52)

"Mas, anos passados, ainda Lampião estava na fase inicial. Era supersticioso. Em Caraúbas narram-me pormenores interessantes de sua psiquê. Não entrava nas casas onde via o retrato do padre Cícero Romão Batista, seu padroeiro nas terras cearenses" (p. 59).

De um indigno escravo da Cruz e da Virgem Maria

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