quinta-feira, 19 de junho de 2014

Verdadeira comida, verdadeira bebida

Nesta quinta-feira (19/06) celebramos solenemente o Santíssimo Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo. Nesta solenidade, como de costume, procuro ir a igreja pela manhã e ficar alguns momentos com Jesus Eucarístico. Mas fazendo o quê? Perguntou minha filha Maria Gabriela ontem. Respondi: "Eu fico olhando para Ele e Ele olhando para mim". Tendo em vista a preparação da minha primogênita para sua Primeira Comunhão, resolvi levá-la comigo e apresentar um pouco esses momentos silenciosos que todos nós precisamos ter com Jesus Sacramentado.

Fui com algumas intenções no coração, a começar por alguém muito querido que rezei, pedindo ao Senhor que cuide do seu lindo coração. A Igreja é o próprio Cristo e assim precisamos enxergá-la. Assim, mesmo com as falhas humanas, Deus continua sendo Deus, a Igreja continua sendo Santa e Imaculada (Ef 5, 27). E então me lembrava deste tão sublime presente, dom e tesouro deixado para nós que é a presença constante de Jesus no meio de nós! (Mt 28, 20b). 

Ele estava lá nos esperando... Silencioso, porém, majestoso! O Rei dos reis, Senhor dos senhores. Nosso Salvador Jesus Cristo. Aproveito o ensejo e rezei o Ofício das Leituras e Maria Gabriela ao meu lado rezava o terço de São Miguel que ela aprendeu com as irmãs do Instituto Hesed. Em seguida, falei um pouco sobre o Santíssimo Sacramento, sobre a história de um sacerdote francês chamado Bonet, que recebera das mãos da Virgem Maria uma casula tecida por ela para que ele celebrasse o Santo Sacrifício da Missa, tendo em vista o amor imenso que o santo sacerdote tinha pela Eucaristia. 
Ela tinha levado sua Bíblia e me pediu para meditar algum trecho. Indiquei-lhe o capítulo 6 do Evangelho segundo São João, nos versículos 47 ao 58. Assim ela fez pacientemente e com muita atenção. Continuei o Ofício das Leituras e já meditava o belíssimo texto de São Tomás de Aquino (ver abaixo) e ao iniciar o Te Deum, minha filha disse: "Papai, terminei a leitura". Perguntei então: "Qual o versículo que mais chamou sua atenção?" Disse sem pestanejar: "O 55 que diz: 'Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida'". 

Enchi meus olhos d´agua e terminei o Te Deum louvando a Deus por nos presentear com Teu Corpo e Sangue. Maria Gabriela gostou muito da experiência "a sós" com Jesus e me pediu para voltar outras vezes. Quiçá todos nós entendêssemos profundamente o que Deus revelou a essa criança nesta manhã. Isso não quer dizer que ela não sabia que a Eucaristia é o próprio Jesus, mas creio que hoje Ele se revelou mais plenamente a minha filha, que por sinal, me ensinou a ser pequeno, a ser mais dócil a Palavra de Deus!

Hoje ela iniciará a leitura do livro "Marcelino Pão e Vinho", pois ficou muito curiosa com o filme (assistiu apenas algumas partes) e queria saber com quem o "bambino" conversava. Penso que ao término do livro, ela descobrirá que também pode ser como Marcelino, ao doar seu pequeno coração a Jesus. 
"Seja amado e louvado a todo momento, Jesus no Santíssimo Sacramento"

"Meu Deus eu creio, adoro, espero e amo-vos, peço-vos perdão por aqueles que não creem, não adoram, não esperam e não vos amam" 

De um indigno escravo da Cruz e da Virgem Maria.

Segue o excelente texto do grande Aquinate, especialmente escolhido pela Igreja para essa Solenidade: Ó precioso e admirável banquete!

O unigênito Filho de Deus, querendo fazer-nos participantes da sua divindade, assumiu nossa natureza, para que, feito homem, dos homens fizesse deuses. Assim, tudo quanto assumiu da nossa natureza humana, empregou-o para nossa salvação. Seu corpo, por exemplo, ele o ofereceu a Deus Pai como sacrifício no altar da cruz, para nossa reconciliação; seu sangue, ele o derramou ao mesmo tempo como preço do nosso resgate e purificação de todos os nossos pecados. Mas, a fim de que permanecesse para sempre entre nós o memorial de tão imenso benefício, ele deixou aos fiéis, sob as aparências do pão e do vinho, o seu corpo como alimento e o seu sangue como bebida. Ó precioso e admirável banquete, fonte de salvação e repleto de toda suavidade! Que há de mais precioso que este banquete? Nele, já não é mais a carne de novilhos e cabritos que nos é dada a comer, como na antiga Lei, mas é o próprio Cristo, verdadeiro Deus, que se nos dá em alimento. Poderia haver algo de mais admirável que este sacramento? De fato, nenhum outro sacramento é mais salutar do que este; nele os pecados são destruídos, crescem as virtudes e a alma é plenamente saciada de todos os dons espirituais. É oferecido na Igreja pelos vivos e pelos mortos, para que aproveite a todos o que foi instituído para a salvação de todos. Ninguém seria capaz de expressar a suavidade deste sacramento; nele se pode saborear a doçura espiritual em sua própria fonte; e torna-se presente a memória daquele imenso e inefável amor que Cristo demonstrou para conosco em sua Paixão. Enfim, para que a imensidade deste amor ficasse mais profundamente gravada nos corações dos fiéis, Cristo instituiu este sacramento durante a última Ceia, quando, ao celebrar a Páscoa com seus discípulos, estava prestes a passar deste mundo para o Pai. A Eucaristia é o memorial perene da sua Paixão, o cumprimento perfeito das figuras da Antiga Aliança e o maior de todos os milagres que Cristo realizou. É ainda singular conforto que ele deixou para os que se entristecem com sua ausência.

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