segunda-feira, 16 de junho de 2014

A amizade sincera

A postagem de hoje fala sobre amizade, sobre o dom da amizade que Deus nos permite viver e experimentar nos seus mais diversos graus e características. Quantos amigos posso dizer que tenho... Amigos que guardo no coração, na memória... Uns tão longe, outros tão perto. De maneira particular, gostaria de aproveitar para comentar um pouco sobre a amizade que tenho com um padre. Aliás, antes dele ser ordenado, já éramos amigos.

Assim, eu diria que me sinto ainda mais lisonjeado de ser amigo do Pe. Rodrigo Jovita Ubaldo. Ah, mas a história que dura mais de uma década já nos é suficiente para agradecer a Deus pela vida um do outro. Antigamente nos encontrávamos com muita frequência, pois não haviam tantos compromissos formais, nem casa para cuidar, nem paróquia para administrar. Mas haviam rapazes que em Deus descobriram que sempre valerá a pena seguir o Amor do Pai. 

 Nessa segunda-feira a noite (16/06), recebi o querido padre para jantar. Mas esse jantar fora prometido desde seu retorno de Roma onde ficara por alguns anos cursando teologia, até regressar a este sertão para ser ordenado Sacerdote do Altíssimo. Ao retornar do velho continente, o amigo comentou sobre sua estadia por lá e várias curiosidades observadas e experimentadas, inclusive sobre a culinária que lá presenciou durante um certo tempo, ao ponto de lembrar-se constantemente do feijão, do cuscuz, da comida de milho - pamonha e canjica. Entretanto, falou-me na época de uma massa com um molho particular que muito chamou atenção do seu paladar. Era um tal de "pasta al pesto genovese". 

Nesse sentido, o "chef" aqui prometeu na ocasião que providenciaria um "retorno" seu a culinária italiana, mas especialmente quando eu preparasse o famoso "Pasta al pesto genovese". Confesso que passei muito tempo até que eu criasse coragem para preparar o prato, mas ele saiu nessa segunda-feira. Caro leitor, não quero prender sua atenção com meus modestos dotes culinários (que são tão poucos!), mas apresentar como um prato de massa pode expressar a amizade entre amigos. Recebi meu dileto amigo no momento em que iniciava a preparação do prato. Coube-lhe ficar um pouco com o pequeno Pedro nos braços, mesmo que de forma embaraçada e sem muito jeito, mas padre também tem que se acostumar a colocar crianças nos braços. 

Num determinado instante, ele atendeu um telefonema e escutei quando disse: "Estou na casa de uns amigos de longa data". Automaticamente retruquei: "Não diga de longa data, pois vão pensar que somos velhos!". Na verdade, compreendo o que o Pe. Rodrigo quis dizer. Olha, nossa amizade dura faz algum tempo. Ela já foi provada, está alicerçada em Deus e sempre é bom cultivar o amor entre nós! Pois bem, concluí o dito prato de massa. Confesso que poderia ter tido um pouco mais de sal e o molho poderia ter ficado um pouco mais pastoso, todavia, posso garantir que vi a nossa amizade refletida naquela massa que se juntava ao molho com seus ingredientes. Nela estava o amor de Deus que é derramado abundantemente entre nós. 
Acrescentei uma salada com queijo gorgonzola (que gosto muito!), um pouco de carne e a bendita pasta al pesto genovese. Eu, minha esposa e o Pe. Rodrigo não deixamos praticamente nada! Repetimos, o que parece ter demonstrado que ficou bom. Ah, e ainda assistimos o segundo tempo do jogo dos EUA e Gana. Aliás, olhamos para a televisão, pois conversávamos sobre política internacional, sobre cultura e religião, sobre história e outras coisas. mais. 

E assim terminou mais uma noite na companhia do meu amigo padre. Após um aperto de mão e um abraço, seguido de sua benção, nos despedimos na certeza de que a amizade continua sendo cultivada com muito carinho, semelhante ao pé de manjericão que cultivamos em casa, que por sinal foi utilizado no molho da massa. 

Obrigado meu amigo por você existir! Obrigado por fazer parte da nossa história! Obrigado por sua amizade sincera! Forte abraço e volte sempre!

Um trecho do livro "Graça em todo dia" de Catherine Doherty expressa bem essa minha postagem: "A cozinha é o coração de um lar e é um lugar santo. Desde tempos imemoriais, comer sempre foi um ato de tremenda importância. Partilhar da própria refeição com um estranho era considerado um sinal de amizade, como era toda a hospitalidade. O preparo da refeição e a compra de alimentos são uma expressão de amor. Existe sempre amor na transformação da matéria-prima em alimento para a família". Lembro que aqui em casa você não é um estranho, mas um de nós!


"Quando há padres por perto, eles são um sinal de esperança. Eles podem não se sentir assim, ou não saber que são, mas eles são" (Catherine Doherty).

De um indigno escravo da Cruz e da Virgem Maria

Segue um vídeo da música "Amizade Sincera" do grande poeta e cantor Renato Teixeira, que traduz muito bem o que tento descrever nessas poucas linhas acima descritas:


A amizade sincera é um santo remédio
É um abrigo seguro
É natural da amizade
O abraço, o aperto de mão, o sorriso
Por isso se for preciso
Conte comigo, amigo disponha
Lembre-se sempre que mesmo modesta
Minha casa será sempre sua
Amigo
Os verdadeiros amigos
Do peito, de fé
Os melhores amigos
Não trazem dentro da boca
Palavras fingidas ou falsas histórias
Sabem entender o silêncio
E manter a presença mesmo quando ausentes
Por isso mesmo apesar de tão raros
Não há nada melhor do que um grande amigo

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