Lendo um excelente livro sobre a Virgem Maria, uma curiosidade sobre o
nome de Maria chamou minha atenção e gostaria de partilhar com vocês:
"Na
forma mais primitiva o nome Myriam é encontrado apenas na irmã de
Moisés. Seria de origem egípcia, e significaria Amada de Deus. Na
pronúncia Mariam, tanto no aramaico como no sírio tem vários
significados. Um sábio jesuíta alemão recorreu pacientemente a todas as
etimologias que se derivaram da palavra e encontrou 67 variações. As
interpretações comumente aceitas harmonizam-se com a missão da
Santíssima Virgem. No aramaico primitivo Mariam significa a iluminadora,
que procede do invisível. Mariam evoca também a ideia de amargura. O
sentido seria: amargo, mirra. A tradução proposta por São Jerônimo teve
muita receptividade: gota do mar. Depois Stilla maris (gota do mar) se
transformou em Stella maris (estrela do mar) por um erro de copista ou
porque os camponeses romanos pronunciavam as vezes desta forma. A
ligeira confusão valeu um dos títulos mais clássicos da piedade mariana e
um dos hinos mais belos Ave maris stella, composto por São Bernardo.
Outra tradução seria soberana, princesa, senhora. Este último é o mais
utilizado pela tradição cristã. Jesus é Nosso Senhor, Maria é Nosso
Senhora (Ave Maria: história e meditação de Georges Chevrot - Ed.
Formattopp. 35-36).
Assim, vale escutar o conselho do grande
santo e doutor da Igreja - São Bernardo de Claraval - que certo dia ao
escutar seus irmãos cantarem a Salve Rainha, não conteve a torrente de
amor que o inundava e exclamou: "Ó clemente, ó piedosa, ó doce!"
Palavras que mais tarde foram incluídas nessa oração em sua memória. Diz
o santo:
"Quando se levantam os ventos das
tentações, quando se tropeça nas pedras da tribulação, olhe para a
estrela e chame por Maria. Quando se agitam as ondas da soberba, da
ambição e da inveja, olhe para a estrela e chame por Maria. Quando a
ira, a avareza e a impureza assaltam violentamente a alma, olha para
Maria. Quando perturbado pela memória dos pecados, confuso pela fealdade
da consciência, temeroso pela ideia do juízo, mergulhado no abismo do
desespero, pense em Maria, invoque Maria. Nunca afaste Maria dos lábios e
do coração; nunca se afaste dos exemplos e das virtudes de Nossa
Senhora. Não se extravia quem a segue, não se desespera quem pede sua
ajuda, não se perde quem pensa nela. Ninguém cai quando está segurando a
mão de Maria. Quando se está sob a proteção da Virgem Santíssima, nada a
temer. Não se cansa quem a tem por guia; quem é amparado por ela chega
felizmente ao porto seguro. Assim se compreende pela própria experiência
o que foi escrito: o nome da virgem era Maria" (São Bernardo de
Claraval, Segundo homilia sobre Missus est - trecho do livro Ave Maria:
história e meditação de Georges Chevrot - Ed. Formatto)
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