terça-feira, 4 de setembro de 2012

Fidelidade a Deus

No último sábado a noite na reunião do Grupo Germinar que ocorreu na Capela de Nossa Senhora de Lourdes, tive a oportunidade de partilhar sobre a fidelidade a Deus, tendo como base um trecho do evangelho segundo São João (Jo 6,60-69) que foi proclamado no 21º Domingo do Tempo Comum: 

Naquele tempo, muitos dos discípulos de Jesus, que o escutaram, disseram: “Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la?” Sabendo que seus discípulos estavam murmurando por causa disso mesmo, Jesus perguntou: “Isto vos escandaliza? E quando virdes o Filho do Homem subindo para onde estava antes? O Espírito é que dá vida, a carne não adianta nada. As palavras que vos falei são espírito e vida. Mas entre vós há alguns que não crêem”. Jesus sabia, desde o início, quem eram os que não tinham fé e quem havia de entregá-lo. E acrescentou: “É por isso que vos disse: ninguém pode vir a mim, a não ser que lhe seja concedido pelo Pai”. A partir daquele momento, muitos discípulos voltaram atrás e não andavam mais com ele. Então, Jesus disse aos doze: “Vós também vos quereis ir embora?” Simão Pedro respondeu: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus”.

Demoro-me um pouco mais nos versículos acima em destaque, pois a partir da escuta dos discípulos (subtende-se que eram homens que já acompanhavam Jesus e não "meros" espectadores de "primeira viagem") sobre o discurso do Pão da Vida, eles se escandalizaram com tal mistério - o Pão Vivo descido do Céu - A Sagrada Eucaristia. É bem verdade que muitos deles esperavam um Messias "milagreiro" ou "revolucionário", mas seus corações não conseguiram perceber a grandeza e simplicidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que a partir desse ensinamento nos deixava claro que nunca mais estaríamos a sós, pois Sua presença sacramental tornaria-se mais do que real (Mt 28,20).

Entretanto, a voz e atitude do primeiro Papa é veemente e certamente inspirada pelo Espírito Santo quando o conduz a afirmar categoricamente a divindade de Jesus. Nesse sentido, estaríamos nós mais propensos a agir como os discípulos "encabulados" que acham as palavras de Jesus muito duras ou como os apóstolos movidos pela graça de Deus? Estamos nós dispostos a sermos fieis em todas as circunstâncias de nossas vidas?

Aqui abro parênteses para destacar que essas circunstâncias da vida não são necessariamente as "grandiosas" ou as que chamam mais atenção, mas justamente as simples, as repetitivas, as mais comuns, que no fundo alicerçam nosso majoritariamente ser. 

Não é raro encontrar cristãos que "amam" a Deus e rejeitam Seu Santíssimo Sacramento, seja por ignorância, discordância ou descrença. Se rejeitamos enfaticamente um dos ensinamentos basilares da vida cristã apregoado por Jesus no discurso do Pão da Vida, corremos o risco de renegá-Lo em todos os outros aspectos, haja vista que Sua Carne e Seu Sangue nos alimenta e nos conduz a uma vida de santidade. Sendo assim, existe a possibilidade de um "definhamento espiritual" que me distancia de Jesus e Sua Igreja.

Desse modo, como não acreditar nas palavras mais do que claras de Jesus Cristo quando fala da Sagrada Eucaristia? Cabe a cada um de nós a decisão de seguir a Jesus como São Pedro ou a se escandalizar como os outros discípulos. Tenho que terminar afirmando minha convicção que sem Jesus nada sou, mesmo pecador e fraco, suplico constantemente sua graça para que eu possa continuar comungando Seu Corpo e Seu Sangue - Pão Vivo descido do Céu que me conduz ao céu! Por último transcrevo na íntegra palavras de Catherine Doherty sobre o Mistério da Eucaristia:


"A Missa é o centro, o coração, a essência da nossa fé. Ela é fogo no qual você precisa se jogar para se tornar, também, uma chama viva. É o seu encontro com Deus. A Missa é o único lugar onde você e Cristo se tornam um só, na realidade da fé e da vida".

Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento, rogai por nós!

*A foto do mosaico acima é da representação da multiplicação dos pães e dos peixes conforme narrado nos evangelhos (Mt 14,13-21; Mc 6,30-44; Lc 9,10-17; Jo 6,1-15). É uma das obras de arte cristãs mais antigas já descobertas. Esse símbolo se encontra numa cidade israelita chamada Tabha, mas especificamente na igreja da multiplicação, logo abaixo o altar principal, onde acredita-se que ocorreu o milagre feito por Jesus. O detalhe que me chama atenção é os 4 pães que estão no cesto. Mas não seriam 5 pães? (Mc 6,41). O artista propositalmente deixou apenas os quatro pães, pois o Outro é o Pão Vivo descido do Céu que se encontra nos Sacrários espalhados no mundo inteiro!

De um indigno escravo da Cruz e da Virgem Maria

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