Na última segunda-feira, partilhamos uma mensagem de Catherine Doherty que fala sobre o significado da palavra russa Strannik, que significa peregrino. "Um strannik é um peregrino que pára em qualquer lugar para fazer o bem, não aquele que está firmemente decidido apenas a chegar a algum santuário e não dá nenhuma importância ao que se passa em seu caminho. Pelo contrário, um strannik é uma pessoa que usa seu tempo durante a jornada para estar sempre alerta a todas as 'oportunidades de graça' que estão ao longo da estrada; ele vigia sempre, em busca de Deus e O procura nos olhos do próximo. Quando estive em Vermont, chovia e havia uma senhora idosa que não conseguia vestir sua capa de chuva. As mangas não ficavam no lugar e ela não achava onde enfiar as mãos. Assim, parei o cortejo que me seguia e fui ajudá-la. Ela sorriu e disse 'Obrigada". A mulher que estava perto de mim perguntou: 'Você sempre pára para fazer o bem?' Respondi-lhe: 'Não. Eu paro para prestar serviço a meus irmãos, o que não considero que seja fazer o bem, mas fazer o normal'. E continuei em frente. É isto que quero dizer, é este tipo de coisa. Para algumas pessoas pode ser uma espécie de apostolado, por si só: penentrar na terrível solidão do mundo, experimentar essa solidão, repartir essa solidão, e tornar-se mais sábio por isso" (Graça em todo dia, p. 169).
Ao ler e partilhar em seguida essas palavras de Catherine, fiquei me perguntando o quanto preciso ainda fazer para me tornar um strannik, um verdadeiro peregrino que está atento às necessidades dos "pequeninos de Deus", conforme nos alerta Nosso Senhor Jesus Cristo no evangelho segundo São Mateus 25,35-40. Urge arregaçarmos as mangas e colocar em nossas mãos a tolha e a bacia para banhar os pés daqueles que precisam acalentar suas dores e feridas.
Nesse mesmo dia, encontrei no livro do Pe. Leo Trese (ver postagem anterior) a seguinte história que muito me emocionou: "No final da segunda guerra mundial, aconteceu um fato interessante. Soldados americanos estavam descansando numa cidade alemã, que estava em ruínas devido aos bombardeios. Dedidiram reconstruir a capela da cidade, no decorrer do trabalho, um soldado encontrou nos escombros a imagem do Sagrado Coração de Jesus muito danificada. Pacientemente juntou todas as partes da imagem, pintou e colocou no altar, só que não encontrou as mãos da imagem; então na base escreveu: Você terá que ser minhas mãos!" (TRESE, 2011, pp. 94-95). Em Currais Novos, temos um belo exemplo do que acima foi escrito - a Ir. Ananília e todo seu amor pelos pobres!
E então, o que estamos esperando?
De um indigno escravo da Cruz e da Virgem Maria
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