Santa Teresa de los Andes

Hoje a Igreja celebra a memória de uma santa carmelita descalça nascida em Santiago no Chile. Sempre gostei muito dos carmelitas descalços e após me deparar com o Diário e cartas dessa santa, além do filme belíssimo sobre sua vida, me encantei ainda mais, principalmente por perceber a simplicidade de uma jovem que sempre desejou fazer a vontade de Deus. Nela percebemos claramente que os pequenos esforços cotidianos são os degraus a subir rumo ao céu. Às 19h15 do dia 12 de abril de 1920 morre Juana Enriqueta Josefina dos Sagrados Corações (nome de batismo), que no Carmelo passou a se chamar Teresa de Jesus ou mais conhecida por Teresa de los Andes. No dia de sua morte, contava com apenas 19 anos e 9 meses de idade. Um dos momentos mais belos de sua vida ocorreu no dia 06 de abril de 1920 (poucos dias antes de sua morte), dia que fez sua profissão religiosa, repetindo alegre e emocionada a fórmula de sua consagração ao Senhor, mesmo estando gravemente enferma com tifo. Ela passou apenas 11 meses como carmelita, todavia, tornou-se uma das santas mais queridas dessa belíssima Ordem. 

"Um dia estava só em meu quarto, e com a doença me havia tornado tão mimada que não podia estar só. No dia a que me refiro, Lucita (sua irmã mais velha) estava doente e Elisea - uma empregada que cuidava de vovô - foi acompanhá-la. Então, tive inveja e aflição e me pus a chorar. Meus olhos cheios de lágrimas se fixaram em um quadro do Sagrado Coração e senti uma voz muito doce que dizia: 'Como! Juanita, eu estou sozinho no altar, por teu amor, e tu não aguentas um momento?' Desde então Jesusinho me fala. E eu passava horas inteiras conversando com Ele. Assim me agradava estar só. Foi me ensinando como devia sofrer e não me queixar... da união íntima com Ele. Então disse que me queria para Ele. Que queria que fosse carmelita. Ah! Madre, não se pode imaginar o que Jesus fazia em minha alma. Eu, nesse tempo, não vivia em mim. Era Jesus que vivia em mim. Levantava-me às sete, quando Rebeca se levantava para o colégio. Tinha horários para todo o dia, porém tudo fazia com Jesus e por Jesus" (Diário e cartas, p. 41-42)

"Jesus me alimenta cotidianamente com sua Carne adorável e, junto com esse manjar, escuto uma voz doce e suave como os ecos harmoniosos dos anjos do céu. Essa é a voz que me guia, que solta as velas do barco de minha alma para que não sucumba, e para que não afunde. Sempre sinto essa voz querida, que é a de meu Amado, a voz de Jesus no fundo de minha alma; em minhas aflições, em minhas tentações, Ele é meu Consolador, Ele é meu Capitão. Conduz-me sempre, Jesus meu, pelo caminho da Cruz. E levantará vôo minha alma, até onde se encontra o ar que vivifica e a quietude" (Diário e cartas, p. 46)

"Minha Mãe, 'Spes Única', quando eu comparecer diante de meu Juiz, diz-lhe que sou tua filhilha! (...) Minha Mãe, prepara meu coração para receber meu Jesus" (Diário e cartas, p. 76.82)

"Passa-se algo estranho em mim quando falam da Eucaristia, sinto que não posso pensar nem fazer nada. Fico de certa forma paralisada e creio que, se nesse instante me viessem ímpetos de amor, não poderia resistir. Meu Jesus, aniquilo-me diante de teu amor! Tu, Deus do céu, da terra, dos mares, dos montes, do firmamento enfeitado de estrelas. Tu, Senhor, que és adorado pelos anjos em êxtase de amor; Tu, Jesus-Homem; Tu, Pão! Ah, aniquilar-se, tudo é pouco! Se nos houvesses deixado uma relíquia tua seria uma mostra de amor digna de nossa veneração; porém, ficaste Tu mesmo, sabendo que serias objeto de profanações, sacrilégios, ingratidões, abandonos. Estás louco, Senhor, de amor? Ficaste não em um ponto da terra mas em todos os Tabernáculos da terra. Oh, Senhor, que bom és, que amor tão grande que chegas até a parecer nada! Mais ainda, Tu desapareces para deixar ver uma criatura, um nada criminoso" (Diário e cartas, p. 100).

Santa Teresa de los Andes, rogai por nós!