quinta-feira, 10 de março de 2011

Quaresma: tempo favorável!!!

Ontem iniciamos o período quaresmal, um tempo “forte” que Deus nos presenteia para estreitarmos os laços com Ele. Na verdade, geralmente as pessoas lembram-se de práticas exteriores durante essa época (esmola, jejum, abstinência, etc.), que obviamente são salutares e incentivadas pela Igreja principalmente nesse tempo, todavia, não podemos perder de vista o “verdadeiro horizonte” que é Nosso Senhor Jesus Cristo, ou seja, todas as minhas ações devem convergir para Ele e também para o próximo, pois neste encontro Aquele que me ama incondicionalmente.

É preciso ter no coração a afirmação do Apóstolo São Paulo aos cidadãos de Corinto que escutamos na II Leitura da Missa da Quarta-feira de Cinzas: “É este o tempo favorável, é este o dia da salvação (2 Cor 6,2)”.

Meus irmãos, a Quaresma é primordialmente um “presente” que o Senhor nos oferece para a nossa conversão, por isso que a seriedade, o compromisso e a responsabilidade devem estar inseridas em nossas ações. “Com pedagogia sábia, a Igreja repete que a conversão é antes de tudo uma graça, uma dádiva que abre o coração à infinita bondade de Deus. É ele mesmo quem antecipa, com a sua graça, o nosso desejo de conversão e acompanha os nossos esforços em vista da plena adesão à sua vontade salvífica. Então, converter-se significa deixar-se conquistar por Jesus (cf. Fl 3,12) e, com Ele, ‘voltar’ ao Pai (Papa Bento XVI. Audiência Geral, 6 de Fevereiro de 2008)”.

Desse modo, todos os anos somos agraciados por tal dádiva e o mínimo que podemos fazer é esforçar-se para retribuir tamanho amor que é só gratuidade, benevolência e misericórdia.

Ontem enquanto eu rezava o Ofício das Leituras, a 2ª parte do Salmo 102 me chamou muita atenção quando eu recitava os seguintes versículos que soam tal qual uma declaração de amor:

O Senhor é indulgente, é favorável, é paciente, é bondoso e compassivo.
Não fica sempre repetindo as suas queixas, nem guarda eternamente o seu rancor.
Não nos trata como exigem nossas faltas, nem nos pune em proporção às nossas culpas.
Quanto os céus por sobre a terra se elevam, tanto é grande o seu amor aos que o temem;
Quanto dista o nascente do poente, tanto afasta para longe nossos crimes.
Como um pai se compadece de seus filhos, o Senhor tem compaixão dos que o temem (Sl 102, 8-13)”

Não será a Quaresma esse momento propício para expiarmos nossas culpas e faltas? Como podemos permanecer inertes a tamanho amor e compaixão? Corramos ao encontro do Amado, fujamos das oportunidades que nos fazem cair e mergulhemos profundamente nesse mar de misericórdia que é Santa Quaresma!

Encerro esse post por aqui desejando uma abençoada Quaresma aos meus parcos leitores. Que a Santíssima Virgem Maria e o Glorioso São José os conduza ao Calvário – verdadeiro horizonte desse tempo “forte e fecundo”.

A Quaresma é uma espécie de mar da misericórdia de Deus, cálido e calmo, convidando-nos a mergulhar nele. Se aceitarmos esse convite, não somente ficaremos refrescados, mas limpos, pois a misericórdia de Deus purifica mais que qualquer outra coisa” (Catherine Doherty)

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