sexta-feira, 18 de março de 2011

A dor como caminho para a santidade (II)

Amados irmãos, gostaria de partilhar algo que me chamou bastante atenção na meditação da Via Crucis de Nosso Senhor Jesus Cristo, justamente na II Estação (Jesus carrega a sua e nossa cruz) meditada pelo carmelita descalço Frei Patrício Sciadini, ocd.:

"A Cruz faz parte da nossa vida. Ninguém pode fugir dela. Saber aceitá-la é sinal de maturidade, de amor e de força. Deus dá a cruz àquele que Ele ama para que participe dos seus sofrimentos e dos sofrimentos da humanidade. Um dia sem cruz é como um dia sem sol, sem alegria, sem vida. Amar a cruz significa assumi-la sem queixar-se, sem blasfemar, sem assumir uma cara triste e angustiada. A cruz é leve quando se ama" (Livro O Mistério da Paixão: uma coletânea com seis meditações da Via-Sacra, 2009, p. 44).

Senhor, quão fraco e miserável sou por não agradecer pelas cruzes que me permite carregar! Como agimos constantemente com indiferença e insensibilidade diante da Paixão de Jesus! Por isso Senhor, dá-me a graça de silenciar o coração para que eu experimente a Cruz em minha vida, da maneira que Lhe aprouver.

Nesse sentido, a "cruz diária" se reveste de diversas maneiras, principalmente quando sentimos e passamos pela Dor. Palavra tão pequena e ao mesmo tempo tão ampla no seu verdadeiro significado. Após meditar a "Via Crucis", lembrei de ter lido o livro "A Dor: Sentinela da Vida" do saudoso Dom Nivaldo Monte, do qual faço questão de expor alguns trechos significativos:

"Afinal, a vida 'se toca', por inteiro, n´A Dor. Com sua leitura, desbravei, desfrutei, aprendi, A-Dor-ei. Sim, porque a dor sacramentaliza a súbita surpresa do começo e consagra o transcendental troféu do fim: O AMOR!" (Pe. Pedro Ferreiro - na apresentação do livro, p. 6)

"Baseados, pois, nesta tríplice função dos sentidos, procuremos estudar a dor, na fisiologia, como uma defesa; na arte, como um elemento de grande poder estético; na psicologia, como a grande formadora do homem" (p. 8)

"A dor é, pois, a grande defesa da alma. Eis por que são infelizes os que não sofrem: eles não sabem medir a grandeza da alegria! (...) Não, a alegria da vida não está em não sofrer, mas na ventura de saber sofrer" (p. 61)


"Mas só no sofrimento o homem pode chegar à santidade. O que faz a grandeza da virtude não é desconhecer o vício, mas conhecê-lo e não o praticar" (p. 73)

"Mostra-me um homem que tenha chegado à imortalidade sem ter palmilhado a estrada real do sofrimento, que eu o adorarei como um deus!!!" (p. 77)

"É no sacrifício que repousa o paradoxo da felicidade, pois o homem só pode ser feliz depois de ter sofrido!!! (...) Assim é que faz o verdadeiro homem de valor: pega a dor pelo topete e faz dela o trampolim de suas glórias" (p. 79)

Após essas afirmações de Dom Nivaldo Monte, eu pergunto: Houve alguém que experimentou o sofrimento mais do que Jesus Cristo? Tenho certeza que não! Desse modo, cabe a mim e a você dobrar os joelhos e tentar reparar o sofrimento de Nosso Senhor, mesmo que na maioria das vezes seja Ele quem nos consola, todavia, tentemos, busquemos amar mais, sofrer mais por amor ao Crucificado! Que a Virgem Dolorosa nos ensine a ter um coração adorador e reparador.

De um indigno escravo da Cruz e da Virgem Maria!

Um comentário:

laiane disse...

A Cruz do Senhor é a alegria de viver daqueles que por Ele vivem!