sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A liberdade é uma virtude antiga e moderna

A liberdade é algo desejado desde a Antigüidade; no desenrolar da historiografia percebemos que as grandes revoluções ocorreram em busca de liberdade, impor nossas ideias e participarmos de decisões importantes no âmbito político, econômico e social. Mas a liberdade que os Iluministas tanto pregavam, que os revolucionários franceses defendiam e os conjurados baianos almejavam era de fato liberdade? Sabe-se que estas revoluções eram maquiladas por ideias de livre expressão, mas que intuíam a ascensão política de classes mais favorecidas. A partir de tais fatos, surge a indagação: O que entendemos por liberdade? Hoje o nosso conceito de liberdade é poder expor o que pensamos e acreditamos.

Mas em que acreditamos? As nossas opiniões são, de fato, nossas? Eu diria que não, não temos próprias opiniões porque não conhecemos o que é ser livre, somos muito pobres, pois a nossa liberdade consiste em viver sob aquilo que demonstra ser o mais conveniente, temos os nossos destinos traçados antes mesmo de sermos concebidos, e assusta o não cumprimento daquilo que nos foi imposto.

O medo é algo intrínseco a nós, pois amedronta a possibilidade de ferir a linearidade dos fatos, é aí onde surge o paradoxo: medo versus liberdade, estes não podem andar juntos; se sou livre para que medo? Se tenho medo, não sou livre. Diante tudo isso, como podemos pensar na vida em sentido vocacional? Ela assusta porque para segui-la mudamos completamente aquilo que para nós, um dia, já foi sonhado; é difícil tentar entendê-la, é loucura! No entanto nos acostumamos facilmente com que o mundo prega: aborto, drogas, camisinha, pílula do dia seguinte, anticoncepcional, homossexualismo... Por que não aceitar? Já se tornou comum, e isso não assusta. Chega a ser cômico tamanhas disparidades.

Desejar tornar-se prisioneiro somente por amor ao Senhor é loucura, mas tornar-se prisioneiro do mundo parece ser normal. Quando é que iremos conhecer a verdadeira liberdade? Porque só existe uma: ser livre é poder ser todo d´Ele, Ele que foi livre, Àquele que nos amou sem limites. Como diz o poeta: “Passarinho é o que eu sou nas mãos do meu Senhor!”. Existe algo que melhor represente a liberdade do que os pássaros? Estes sim são livres, ou pelos menos deveriam ser, voam sem destino pousando onde lhes proporcione sobrevivência, depois alçam vôo e migram para onde o horizonte lhes direcionar. Mas quando caem nas mãos do homem essa liberdade lhes é tirada. Metaforicamente, assim também somos nós, quando nos entregamos ao Amado, em suas mãos temos a tão sonhada liberdade, em contrapartida perdemo-la abruptamente quando nos deixamos dominar pelo mundo.

Deus nos fez livres, nos criou para a liberdade, sendo esta algo que poucos conhecem. É diante a presença da Eucaristia onde se vive a plena liberdade. Humanamente falando, entre prisão e liberdade teríamos uma contradição, mas isso não ocorre não se trata de um paradoxo, mas de uma conseqüência, tornar-se preso do Divino é ter a liberdade do humano.

Diante disso, percebemos que a liberdade que outrora se deseja conseguir não assume o seu sentido literal, podemos inferir que nunca lutamos por liberdade uma vez que nem a conhecemos, de fato. No entanto, ela não é ilusória, existe, e está a nossa frente em cada Santa Missa e em cada Tabernáculo. Ele ressurge e nos dá a possibilidade de sermos livres. Vivamos por Ele e para Ele. Livres somos! Como já dizia Santa Teresinha: “Com o Amor não apenas caminho, ponho-me a voar”


De uma humilde adoradora do Doce Jesus!

Laiane das Graças Silva

3 comentários:

Laiane das Graças disse...

Ressuscitou o texto heim?!!? =) É muito bom sentir a inspirarão divina e assim poder dissertar tão humildes palavras, mas tão sinceras que vem do coração, não do meu, mas do próprio Deus!
Tudo por Ele e para Ele!

Danilo Cortez Gomes disse...

"tornar-se preso do Divino é ter a liberdade do humano"

Amiga, você estava realmente inspirada! O programa Partilhando Nossa Fé desta quinta-feira (10/02/2011) foi com base nesse texto, com auxílio da Palavra de Deus (Gl 5) e do Catecismo (Parágrafo 1738).

Laiane das Graças disse...

Nossa que honra! Queria ter visto! Lembro que quando partilhei pela primeira vez no Germinar falei baseado nesse texto com o auxílio da Palavra (Gl5) e também do catecismo (parágrafo 1738). Foi no dia 17 de Abril de 2010! Corações em sintonia... =)