O real sentido da Santa Missa

“A Santa Missa é o único e suficiente sacrifício de nosso Senhor Jesus Cristo, oferecido ao Pai na Cruz do Calvário.” Por mim, pararia por aqui acreditando que já seria o suficiente para se entender o real sentido da Santa Missa, para vivê-la de forma digna, piedosa, amorosa, e acima de tudo prestando-lhe o máximo de respeito possível. Todavia, não é assim que vemos nas Igrejas, as pessoas parecem ainda ignorar o que acontece aos seus olhos, o mistério realizado diante o Altar.

É preciso se fazer perceber que o que acontece não é um teatro ou uma “simulação” como muitos acreditam ser, mas uma verdadeira atualização do sacrifício da Cruz. Não é outra morte de Jesus, mas a mesma e única! Poder estar na Missa é ter a graça de estarmos, como um dia esteve Nossa Senhora, o Apóstolo João e Maria Madalena aos pés da Cruz, no Calvário. Será que Maria estava batendo palmas, conversando, rindo, vivendo de forma relativa à redenção e morte do Seu Filho? A resposta é bem simples: Não, claro que não! Em seu coração havia uma alegria, como também no coração de João e Maria Madalena, mas esta alegria acontecia de forma muito pessoal, era a alegria por saber que ali estava acontecendo à salvação da humanidade. No entanto, esta se dava de forma interna, humanamente se sentia a dor de Jesus, sofriam com Ele buscando-se unir ao Seu Sacrifício.

Diante disso, é nítido concluir como deve ser o nosso comportamento; o nosso olhar e postura ante o Altar do Senhor. Nada mais justo do que nos unirmos a Nossa Mãe, ao discípulo amado, e a Madalena, no Calvário. Dói ver o descaso de muitos, nas Igrejas; dói ver o quão a Liturgia é desrespeitada; o quão a Missa não é celebrada como, de fato, deve ser. Isso tudo porque relativizamos demais as coisas de Deus, agimos ao nosso modo, tentando nos adequar a uma falsa “evolução” quando na verdade estamos retrocedendo.

“São Leonardo de Porto-Maurício, um dos maiores pregadores da cristandade, afirmava que todas as Missas celebradas na Igreja tinham a mesma validade, mas diferiam nos efeitos causados na assembléia.” E por que diferiam, ou melhor, diferem? Por causa desse relativismo desenfreado! Quantas vezes saímos cansados da Missa por causa de uma Liturgia mal empregada? Alguém pode questionar: Mas é tão complicado entendermos o que é o certo, aplicar as regras corretas. Ora mais que engano! “As normas litúrgicas e o missal refletem, apenas, o entendimento acerca do sentido sobrenatural da Santa Missa. Quando nós compreendemos a profundidade da celebração eucarística, todas as regras emitidas pela Igreja são entendidas como consequência.” Basta entender a profundidade do mistério, viver com piedade, amor, gratidão, compaixão. Se esse entendimento for possível, as regras se tornarão ações involuntárias.

Além de ser a atualização da morte de Jesus, a Santa Missa é ainda a certeza de Sua presença, Jesus nos prometeu que não nos deixaria, e para isso Ele nos deu a Sua Carne e o Seu preciosíssimo Sangue presente de forma real no Altar. É a Santa Eucaristia que nos renova e nos faz ter a convicção do Amor. “A Santa Missa exprime essa perfeita doação de Deus!” Ela não pode se tornar um hábito, não é por que vamos todos os Domingos – pelo menos – que se deve perder o caráter da verdadeira atualização. Isso é importante para as pessoas que tem a vivência da Missa diária, tem-se um grande risco de virar rotina quando na verdade não é! Busquemos ir a cada Santa Missa como se fosse a primeira e a última de nossas vidas.

Antes de buscarmos entendimentos doutrinários, litúrgicos (o que é importante), tentemos primeiro, adentrar nos mistérios e a partir de então toda a beleza dos símbolos, ritos, serão conseqüências do nosso perfeito abandono! Do nosso Kénosis!

De uma humilde adoradora do Doce Jesus!

Laiane das Graças Silva