quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Eles não são "deuses", são filhos de Deus!

Amados irmãos e leitores que acompanham o Blog Partilhando Nossa Fé, espero que todos estejam bem neste novo ano que temos para fazer com que a graça de Deus em nós derramada possa ser sal nesta terra e luz neste mundo, ou seja, que sejamos canais da graça do Pai para todos aqueles que estejam ao nosso redor. Sempre rogo ao Senhor por todos vocês que acompanham esse apostolado e um pouco daquilo que partilho neste espaço que já não é apenas meu, mas de inúmeros amigos que rezam conosco e buscam cotidianamente fazer a vontade de Deus. A todos vocês um forte abraço!
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Desde o ano passado que eu queria ter escrito sobre esse assunto, mas por "n" motivos não o fiz, entretanto, eis a oportunidade e o tempo propício para tratarmos de uma temática que julgo muito, mas muito importante para a educação dos nossos filhos. Aqui falo da educação de forma generalizada (infelizmente há uma tendência de fragmentar esse tema e principalmente essa responsabilidade que cabe PRIMEIRAMENTE aos pais!), que vai desde o momento que sabemos que naquele ventre materno encontra-se um fruto do amor de seus pais até a formação moral, cristã, cívica, etc.
Nesse sentido, enfatizo que nesse processo de educação precisamos ter alguns cuidados imprescindíveis, como o exercício das virtudes à percepção das nossas falhas enquanto humanos. Isso mesmo! Hoje partilho sobre esse infeliz (assim analiso essa situação tão comum nos dias atuais!) hábito de "endeusar" ou "divinizar" os nossos filhos. Alguém pode está se perguntando: "Onde ele quer chegar?". Respondo: "Quero chegar na forma inconsequente que muitos pais expõem seus filhos a uma espécie de formação de um "super homem" ou uma "mulher maravilha". 

Por mais que eu compreenda (e aqui deixo registrado) a maneira inconsciente (de alguns, é claro!) desse comportamento dos pais, não implica que estejam certos. De todo modo, não pretendo ser o pai mais correto, todavia, um pai que observa esses detalhes que podem fazer a diferença no futuros dos filhos. 

Quando citei acima o "super homem" e a "mulher maravilha", lembrei que eu poderia ter dito o "super filho/menino" e a "super filha/menina"... Assim muitos pais enxergam os seus... São os "super filhos", são os melhores, são os que sabem cantar melhor, estudar mais que os outros, dançar melhor que os amiguinhos, etc, etc, etc. De fato, algumas crianças possuem habilidades para alguma atividade melhor do que outras, mas aqui me refiro a forma como nós pais nos comportamos diante dessas circunstâncias. Como ensinamos a eles sobre seus "super poderes"? 

O mais comum atualmente são os pais que utilizam os adjetivos mais belos possíveis para enaltecer sobremaneira os seus filhos, sem se dar conta que esse "super" enaltecimento pode gerar alguns problemas futuros (especialmente quando utilizamos as redes sociais para esse fim, como se ali fosse uma "vitrine" para afirmar que o MEU filho é o menino mais bonito, mais belo, mais simpático, etc., etc., etc. Por exemplo: uma mãe que levou sua filha para uma festa e então começa a dizer que sua filha era a mais linda que estava com o vestido mais bonito de todos, que ela é a criança mais desenrolada que havia naquele ambiente, que ela é o centro do universo e tudo mais. Percebam: é certo que os pais enxergam seus filhos como os mais belos e queridos (isso é natural!!! Alguém já viu uma mãe dizer que seu filho é feio?), no entanto, precisamos também deixar claro para eles que outros também são e possuem suas habilidades e características próprias. 

Tenho três filhos (Maria Gabriela - 9 anos, Maria Clara - 5 anos, e Pedro José - 1,6 ano) e por mais que eu poste fotos nas redes sociais (e geralmente escolhemos as fotos que mais achamos bonitas e possuem um significado para nós) fazendo elogios ou coisas do gênero, isso não implica que eu crie um mundo "à parte" para eles, pois no cotidiano tenho a séria responsabilidade de educá-los corretamente, inclusive trabalhando nos aspectos em que eles precisam melhorar. Darei alguns exemplos para ficar mais claro:

Maria Gabriela é uma menina muito obediente e bem responsável com as atividades diárias que são colocadas para a mesma, todavia, é por demais ansiosa e não consegue perder, ou seja, em qualquer brincadeira ou jogo, a derrota para ela é motivo de ficar "emburrada" e MUITO chateada. E então, quando eu for brincar de cartas, por exemplo, com minha filha, terei que deixá-la ganhar todas as vezes? Lógico que não!!! Ela precisa entender que nem sempre vencemos, que há pessoas que jogam melhor que outras, que em alguns momentos nós FALHAMOS!!! Lembram-se da "mulher maravilha"? Minha filha não é uma personagem que sempre vencerá em tudo! Não! Ela é uma criança, uma menina que daqui a pouco será uma moça, uma jovem, uma mulher... E precisa entender que errar/falhar faz parte da fraqueza humana! Outro aspecto que gostaria de destacar é que Maria Gabriela às vezes é meio "seca" com a irmã... Então precisamos alertá-la sobre a importância de sua irmã na sua vida, além de mostrar o quando precisam ser amigas, etc...

Maria Clara é uma criança muito meiga e bem tranquila, entretanto, se magoa com tudo e quando menor, era meio "sonsa"! Isso mesmo, diferentemente de Maria Gabriela que falava tudo, Maria Clara guarda alguns "segredos" (rsrsrsrs) que demora a falar. Meu Deus do céu, parece uma flor delicadíssima que ninguém pode falar nada! E então, como farei para orientá-la no que for preciso? Ela precisa entender que além de uma flor (pois assim a chamo em vários momentos), ela precisa resistir ao vento, às intempéries, a chuva, ao sol, ao calor, etc. Muitas vezes preciso falar mais forte, com mais veemência para que ela perceba a autoridade dos seus pais.

E o Pedro José? Senhor, parece um "furacão" dentro de casa - fala alto e mexe muito - pois seu jeito de ser é totalmente diferente das suas irmãs. Ainda está na fase de perceber as coisas, os gestos e os demais eventos que ocorrem no dia, mas já demonstra ser um garoto bem esperto e não raro, um menino "brabo" que precisamos "chegar junto" constantemente. 

Percebem o que estou falando? Eu poderia citar várias outras características dos meus filhos que aos poucos vamos trabalhando... Isso não quer dizer que estamos educando para que sejam "perfeitos", mas que aprendam virtudes que permitam se comportarem de forma adequada nas mais diversas situações que enfrentarão na vida. E isso se dá a partir da consciência dos pais de que seus filhos não são DEUSES, e sim filhos de Deus, isto é, seres humanos como nós que temos potencialidades e vários pontos frágeis que precisam ser melhorados. 

Desse modo, quando os pais enaltecem de forma EXAGERADA as qualidades dos seus filhos, eles acabam gerando um efeito multiplicador nos filhos sobre esses aspecto, como se eles entendessem que são seres superiores aos demais! E um dia quando perceberem que não são, a frustração pode ser grande! E talvez culpem seus pais por isso. 

Por isso, amados amigos, continuem com suas postagens nas redes sociais; elogiem seus filhos; fale com carinho das suas qualidades; MAS TAMBÉM os oriente quanto às suas dificuldades!!! Expliquem aos seus filhos que eles não são "super-homens" nem são deuses, mas filhos de Deus que precisam se moldar a vontade do Senhor. Por fim, vejam como temos essa grave responsabilidade de ajudá-los a realizar essa vontade de Deus em suas vidas. 

Por fim, recomendo o livro "Moral Familiar" do Abade Jean Viollet que pode ser encontrado no site: http://alexandriacatolica.blogspot.com.br

P.S.: Aos possíveis psicólogos que leiam esse artigo, favor comentar sobre essa situação atual na educação dos filhos. Aos demais pais, fiquem a vontade para comentar o assunto. Forte abraço!

De um indigno escravo da Cruz e da Virgem Maria

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