terça-feira, 11 de novembro de 2014

Partilhas de Madonna House (XIV)

Catarina, como sempre, nos surpreende! Urge entendermos que a Missa é o GRANDE momento de nossas vidas. Ai de nós se não fosse o Santo Sacrifício de Cristo! Leiam com atenção. Rogo a Mãe de Deus que interceda por nós para que tenhamos a disposição necessária para participarmos constantemente do Banquete do Cordeiro.
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Queridos amigos,

Parece que o mundo está de « cabeça baixa »… Guerras, terrorismo, solidão, isolamento… Cada um pode colaborar e adicionar a esta lista um pouco de sofrimento…

E Deus em tudo isto ? A Catarina dizia que « podemos viver tudo entre duas Missas”. Sim, em Madonna House a Missa é o ponto culminante e é lá que nós encontramos a força para o cotidiano. Jesus se oferece a nós em cada Missa para nos fortalecer  para viver o dia a dia na esperança, na fé e no amor. Como podemos ajudar uns aos outros neste caminhar da vida cotidiana. Pequenos gestos podem ter um grande impacto na vida de alguém…  Mesmo se ninguém vê, se oferecemos pequenos gestos concretos de amor uns aos outros, haverá uma diferença. No altar da vida cotidiana vamos dar a nossa vida a Deus e Ele fará disto o que Ele quiser.


A Hora da Missa

Era a hora da Missa… Neste dia não tínhamos Missa em nossa casa pois era o dia de deserto… Eu  resolvi ir ao convento de umas irmãs que moram no vilarejo vizinho. Fui a pé pois a capela das irmãs não era longe e assim pude também fazer um pouco de exercício e aproveitar o sol tímido que brilhava entre as nuvens.


Quando estava chegando no vilarejo para a Missa vi um senhor que estava com o ar um pouco perdido. Ele perguntou se eu sabia onde ele morava… Não eu não o conhecia e portanto não sabia onde ele morava. Ele tinha saído para um pequeno passeio e queria também aproveitar o solzinho. Mas durante o passeio ele esqueceu onde estava a sua casa.


Eu logo pensei que ele morava na casa de idosos perto do convento das irmãs. Fui de mãos dadas com ele até a entrada do abrigo de idosos. Na frente da porta de entrada tinha uns funcionários do centro que estavam fazendo uma pausa para fumar. Eu perguntei se eles conheciam o senhor que se agarrava na minha mão. Ninguém o conhecia… O senhor não parava de me dizer que ele não morava ali… Ele dizia que tinha uma casa e que ele vivia com o seu filho.

 
Finalmente alguém passou por nós,ouviu a conversa e reconheceu o senhor que a estas alturas já estava cansado de andar para um lado e para o outro. Sua mão estava ficando fria na minha e ele estava ficando ofegante. Fiquei sabendo que ele realmente não morava no centro de acolhimento de idosos e que ele morava nas vizinhanças, mas ninguém sabia ao certo onde.

 
Olhei para o relógio… A Missa ia começar… Perguntei ao senhor se ele era Católico… Como ele afirmou que sim perguntei se ele queria ir a Missa. Ele disse que era muito Católico, mas no momento, ele não estava interessado em ir à Missa… Suspirei e olhei em torno. Sim havia uma dezena de casas na rua mais próxima do convento.


Fomos a passo lento na direção das casas, pois a respiração do meu amigo estava ficando mais e mais curta. Que fazer? Comecei a bater na porta de cada casa… Na terceira casa vi que a porta estava aberta. Logo veio até a porta um homem que reconheceu imediatamente o seu pai. 


Cheguei atrasada na Missa. Quando a Missa terminou eu quis justificar junto a uma das irmãs dizendo a razão do meu atraso. Ela me ouviu e quando terminei ela me disse sorrindo: «você não chegou atrasada… A Missa de ontem continuava agindo em você e te preparava para a Missa de hoje… É assim que  chegamos a encontrar a nossa verdadeira morada no altar onde Deus se dá a cada um de nós. »


Ecoou em meu coração a voz do padre dizendo há alguns minutos atrás: »Ide em Paz e que o Senhor vos acompanhe». Sim é na presença Dele que somos chamados a permanecer e é esta Presença que é a nossa morada.

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