Segue uma entrevista feita pela agência de notícias ZENIT a Dra. Lenise - presidente do movimento Brasil sem Aborto. Vale a pena ler e divulgar!!!
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BRASILIA, terça-feira, 05 de Junho de 2012 (ZENIT.org)
– No dia 26 de Junho, a partir das 15h30, acontecerá na Capital do
Brasil, Brasília, a 5ª Marcha Nacional da cidadania pela Vida,
organizada pelo Movimento Nacional de cidadania pela Vida – Brasil sem
Aborto. A concentração será no gramado, em frente ao Museus, na
Esplanada dos Ministérios.
Zenit entrevistou hoje a Dra Lenise Garcia, que com muita bondade se disponibilizou para responder nossas perguntas. A Dra. Lenise Garcia é professora do Instituto de Biologia da UnB,
integrante da Comissão de Bioética da Arquidiocese de Brasília e da CNBB
e presidente do Movimento Brasil sem Aborto.
Publicamos na íntegra a entrevista:
ZENIT: Tramita na Câmara um Projeto de Lei (Lei 478/2007),
conhecido como Estatuto do Nascituro. O que esse projeto acrescenta na
Luta Pró-vida no Brasil?
LENISE GARCIA: O projeto do Estatuto do Nascituro explicita e
concretiza algo que já está previsto em nossa legislação, o direito
inalienável à vida, desde a concepção. Ele trata de princípios, como por
exemplo:
Art. 3º Reconhecem-se desde a concepção a dignidade e natureza
humanas do nascituro conferindo-se ao mesmo plena proteção jurídica.
§ 1º Desde a concepção são reconhecidos todos os direitos do
nascituro, em especial o direito à vida, à saúde, ao desenvolvimento e à
integridade física e os demais direitos da personalidade previstos nos
arts. 11 a 21 da Lei nº10.406, de 10 de janeiro de 2002.
E também traz algumas propostas concretas, como:
Art. 11. O diagnóstico pré-natal é orientado para respeitar e
salvaguardar o desenvolvimento, a saúde e a integridade do nascituro.
§ 1º O diagnostico pré–natal deve ser precedido de consentimento informado da gestante.
§ 2º É vedado o emprego de métodos para diagnóstico pré-natal que
causem à mãe ou ao nascituro, riscos desproporcionais ou desnecessários.
Uma vez aprovado, o Estatuto do Nascituro dificultará interpretações
que atualmente alguns fazem das leis, que abrem brechas para a
realização do aborto.
No que diz respeito aos movimentos pró-vida, é também importante ter
uma agenda positiva, que não se contente com a luta "contra" a
descriminalização do aborto, mas mostre que somos "a favor" da vida,
mesmo aquela em circunstâncias complexas e delicadas.
ZENIT: O que falta para ser aprovado?
LENISE GARCIA: Os projetos de lei que nascem no Congresso Nacional
tem, no Brasil, uma tramitação bastante longa. Ele foi aprovado na
Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, mas
precisa ainda passar pela Comissão de Finanças e Tributação, e pela
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Sendo aprovado na Câmara,
ainda vai ao Senado. Tudo isso pode ocorrer em um espaço de tempo
relativamente curto, se a população estiver atenta e acompanhando a
tramitação. Caso contrário, a tendência dos parlamentares é "esquecer"
projetos polêmicos. Daí que seja muito importante a manifestação da
população pela aprovação do Estatuto do Nascituro.
ZENIT: Há um anteprojeto de lei querendo aprovar o aborto? Do que se trata?
LENISE GARCIA: Está sendo feita uma reforma do Código Penal. Para
isso, o Senado designou inicialmente uma comissão de juristas, que vai
apresentar um anteprojeto a ser analisado pelos parlamentares. Esse
anteprojeto ainda não foi oficialmente apresentado, mas fizeram-se
públicas várias de suas partes, e na referente aos crimes contra a vida
há alguns itens bastante preocupantes, no que se refere ao aborto e
também à eutanásia. Pela proposta, por exemplo, não é crime o aborto até
a 12ª semana quando, a partir de um pedido da gestante, o "médico ou
psicólogo constatar que a mulher não apresenta condições de arcar com a
maternidade". Com uma regra tão indefinida, é evidente que se abririam
muitas portas.
ZENIT: No dia 26 de Junho se realizará a 5ª Marcha em Favor
da Vida na Esplanada. Em que ajuda uma manifestação presencial nas
ruas?
LENISE GARCIA: Sabemos que a população brasileira é majoritariamente
contra a liberação do aborto. Entretanto, é preciso que isso seja
mostrado aos parlamentares, para que eles atuem como é desejo de seus
eleitores. Ir às ruas é um modo bastante eficiente de se fazer essa
demonstração. Por exemplo, a comissão de juristas que está elaborando a
proposta para o Código Penal está incluindo muitas coisas que são o seu
pensamento, mas não o do povo brasileiro. Entretanto, eles não são
nossos legítimos representantes. Já os senadores deveriam sê-lo, para
isso foram eleitos. Um dos objetivos da Marcha é lembrá-los dessa sua
representatividade, mostrar que estamos atentos.
ZENIT: Vão pessoas de todas as religiões? De quais principalmente?
LENISE GARCIA: Temos a participação de pessoas de muitas religiões,
ou mesmo sem nenhuma. Todo cidadão que compreenda e queira promover a
dignidade humana de cada pessoa, mesmo nas fases iniciais da existência,
está convidado a participar. Em eventos anteriores, tivemos a presença
de católicos, espíritas, evangélicos de variadas denominações, budistas,
adeptos da seicho-no-ie, participantes da Legião da Boa Vontade (LBV) e
muitos outros.
ZENIT: Como é que aqueles que estão em outros Estados do Brasil podem apoiar a Marcha pela Vida?
LENISE GARCIA: Quem tiver condições de vir a Brasília, está
convidado. Sempre recebemos caravanas de vários lugares. Quem não puder
estar presente, pode ajudar a divulgar, especialmente entre conhecidos
que morem por aqui. Também necessitamos ajuda financeira para viabilizar
a Marcha, pode-se obter informação sobre isso no site do Brasil sem
Aborto www.brasilsemaborto.com.br .
Outra forma de apoio é assinar a petição em favor do Estatuto do
Nascituro, o que pode ser feito online, ou coletar assinaturas baixando o
arquivo do formulário. Tudo isso está disponível no site. Estamos
também pensando em apoio pelo Twitter, no dia da Marcha, o que sempre
ajuda a divulgar o evento.
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