quarta-feira, 23 de maio de 2012

A unidade em Jesus Cristo

Ler, leitura, lendo... Apesar de ser uma das atividades que mais gosto de fazer, a leitura me permite transpor a realidade, aliás, em determinados momentos, voo longe e alto... Ademais, quando esses voos não ocorrem, sinto-me "pregado" ao chão cotidiano, às situações que me ocorrem e que nem sempre percebo como deveria ser as coisas realmente. Mas o que tem a ver esse pensamento introdutório com a postagem de hoje que trata da unidade?

Simplesmente retomei a leitura do segundo volume do livro "Jesus de Nazaré" (Da entrada em Jerusalém até a Ressurreição) do Papa Bento XVI, que iniciei em novembro do ano passado, mas por algum motivo não concluí. Na verdade, ontem me deparei com o capítulo 4 - A oração sacerdotal de Jesus - que tem a temática da unidade como "pano de fundo" dessa oração de Jesus. Realmente, Nosso Senhor já nos avisara a respeito das intempéries que surgiriam com a Igreja Primitiva até os dias atuais, que providencialmente, rezamos de forma particular durante essa semana, isto é, dedicamos parte de nossas orações pela unidade dos cristãos durante esses dias.

Diz o Papa Bento XVI: "A unidade deve ser visível, reconhecível; e reconhecível precisamente como algo que não existe em qualquer outra parte do mundo; algo que é inexplicável com base nas forças próprias da humanidade e, consequentemente, torna visível o agir de uma força diversa. Por meio da unidade humanamente inexplicável dos discípulos de Jesus através dos tempos, é legitimado o próprio Jesus. Torna-se evidente que Ele é verdadeiramente o 'Filho'. Desse modo, Deus aparece reconhecível como Criador de uma unidade que supera a tendência do mundo à desintegração. Foi por isso que Jesus rezou: por uma unidade, que só é possível a partir de Deus e por meio de Cristo, mas uma unidade que aparece de modo tão concreto que se torna evidente a força presente e operante de Deus" (BENTO XVI, Jesus de Nazaré, 2011, p. 95).

O que mais me chamou atenção nesse trecho é a "urgência" em viver essa unidade que provém unicamente de Deus. Aliás, engana-se quem pensa ou almeja uma paz e unidade longe de Jesus Cristo. Em linhas gerais, isso é uma utopia, uma ideologia ateísta que nunca conseguirá "produzir" a unidade, mas revelar a desagregação, a desunião... Nesse sentido, para que não nos desviemos de tal caminho, Jesus reza por nós, para que sejamos fieis mensageiros do seu amor. Todavia, percebo que na maioria das vezes não conseguimos revelar a face doce e amorosa do Senhor. Ao contrário, geralmente somos "competitivos" demais para renunciar o egoísmo, os desejos próprios, e pensar um pouco mais no outro. Diz o Papa Bento que o próprio Amor - Jesus Cristo - é legitimado através da unidade dos seus discípulos! Então, surge uma pergunta: Será que estamos dando testemunho desse Amor? Será que as nossas "competições" individuais, grupais (inclusive entre grupos e pastorais da Igreja) nos favorecem a experimentar essa unidade? Obviamente que a questão central da falta de unidade não está nas ações promovidas pelos grupos em si, mas certamente na forma como reagimos ou exercemos tais ações. 

Amados irmãos, prestemos atenção no risco que corremos em extirpar essa unidade tão querida por Jesus. Pois se assim agimos, estamos sendo testemunhas das trevas e não da luz como deveríamos. Vale destacar que a condição de pecadores é perene nesse mundo, mas o Senhor nos dá a graça de sermos melhores e de buscarmos a santidade nos pequenos detalhes e nas grandes obras da vida.

De modo mais concreto, deixo aqui essa reflexão para os grupos (jovens e casais) e pastorais da minha querida Currais Novos... Pois neste último final de semana, no Domingo em que celebramos a Ascensão do Senhor, a "luz de alerta da unidade" foi acesa no meu pobre coração. Tenhamos cuidado e cultivemos com mais zelo e ardor, a misericórdia e o perdão de Deus em nossas vidas, especialmente através dos nossos irmãos.


Que a Virgem Maria nos ensine a sermos um com Cristo!

De um indigno escravo da Cruz e da Virgem Maria

2 comentários:

Moisés Max disse...

"Obviamente que a questão central da falta de unidade não está nas ações promovidas pelos grupos em si, mas certamente na forma como reagimos ou exercemos tais ações. " Danilo você é inspirado pelo Espírito de Deus mesmo; e na missa de domingo o padre falava na homilia sobre essa união da Igreja..

Anônimo disse...

Danilo, sua bencao. Salve Maria!
Desculpa a demora em lhe responder... Por aqui tá tudo em paz! Os exames ja comecaram, entao estamos estudando muito! as fotos que lhe enviei foi do nosso retiro aqui em ciudad del leste mesmo, no seminario. o pregador foi o Pe. Victor Sequeiros, IVE (sacerdote do Verbo Encarnado) o tema do retiro foi As virtudes religiosas na SS. Virgem, terminamos o retiro com a Santa Missa na forma extraordinaria. Ah, se tudo de certo, dia 13 de Junho vou receber as primeiras ordens menores, eu e o Ir. Paulo Jose, ja fizemos o pedido.
Forte abraco!