quinta-feira, 12 de abril de 2012

Pecado coletivo

Não pretendo interpretar o pensamento da escritora Catherine Doherty de maneira forçosa quando a mesma escreveu no seu livro "Evangelho sem Restrições" sobre o "Pecado Coletivo", todavia, ontem a noite logo após o encerramento da sessão do STF sobre a possível legalização do aborto em bebês anencéfalos, lembrei-me desse texto do livro, que traz como exemplo as atrocidades cometidas pelo regima nazista encabeçado por Hitler. Na verdade, estou para encontrar, salvo os extremistas-radicais que pensam dessa forma, alguém em sã consciência que não lastime o que ocorreu na II Guerra Mundial no que se refere à perseguição aos judeus, ou seja, o holocausto - vergonha para a humanidade que se diz tão civilizada! 

Há alguns meses, divulguei neste blog o vídeo http://partilhandonossafe.blogspot.com.br/2011/12/180-graus-vida-e-morte-nas-decisoes-e.html que trata de maneira simples e retórica a "comparação" entre o holocausto dos judeus e a questão da legalização do aborto. 

Infelizmente, ontem tive raiva e uma ira justa (termo utilizado também por Catherine que será melhor esclarecido em outra postagem) tomou conta do meu ser. Isso mesmo: senti-me angustiado e revoltado por perceber tanta insensibilidade e disseminação de falácias por parte dos cinco ministros do Supremo Tribunal Federal quando votaram a favor da chamada "interrupção terapêutica da gravidez de fetos anencefálicos". Meus amigos que acompanham este blog, é triste a realidade brasileira que é moldada segundo os ditames da nova ordem mundial quando o assunto é a dignidade da vida humana. O que mais escutei dos senhores ministros foi que a mulher tem liberdade! Ora, e a criança não tem direito à vida? Qual o "crime" cometido por esses inocentes? Terem nascido sem parte do cérebro?

Aliás, fizeram questão de afirmar EQUIVOCADAMENTE (e a ciência já comprovou isso!) que um bebê anencefálico não é uma pessoa. Na verdade, uma das ministras do STF consegue criar ambiguidades quando diz que uma pessoa é um ser humano, mas nem todo ser humano é uma pessoa!!! Santa paciência!!! O que estão fazendo no Brasil é um crime! E crime travestido de "coerêncai" com a nossa Carta Magna, que inclusive, nos dá essa garantia ao direito à vida! A todos, incluindo ao nascituro! Detalhe: o STF acaba por exercer um papel que não é seu, isto é, estão legislando! Afinal, não cabe ao Congresso o dever de legislar? Seriam os 11  ministros os nossos reais representantes da dita "democracia"? Não! O que ocorre atualmente é uma maquinação sutil e vergonhosa para se abrir "brechas" para que implantação total da legalização do aborto venha ocorrer na Terra de Santa Cruz. 

Mas alguém pode dizer: Eles só estão permitindo que os pais que desejarem abortar (eu costumo chamar assassinato) um feto anencefálico, ou seja, que não tem expectativa de vida, não seja criminalizado por isso. Ah, então temos o direito de extirpar os direitos dos outros... E quanto à expectativa de vida? Quem garante que um bebê sadio sairá da maternidade com vida? Quem me dá a certeza que eu conseguirei escrever uma postagem na próxima semana? Vejam a postagem anterior com algumas fotos! E independente da quantidade de dias, de minutos, de segundos, nos quais essas crianças vivam, não seria nossa obrigação dar-lhes esse direito? Lógico que sim! De acordo com a interpretação do STF, abrimos precedentes também para tão somente legalizarmos a eutanásia dos velhinhos "improdutivos". Mas eles também não tem expectativa de vida...

Os senhores ministros não veem o quanto são mesquinhos em seus argumentos? Vale dizer que o valor da vida é INEGOCIÁVEL. Aborto? Nunca! Em NENHUMA hipótese deve ser permitido! Não seria essa decisão o início do holoucausto dos inocentes? Acredito que sim! Mas certamente alguém olhará para o nosso desse blog (Partilhando Nossa Fé) e dirá que eu sou mais um fundamentalista religioso inconsequente e fanático que segue dogmas retrógrados e dispensáveis. Eu sei que muitos (em alguns momentos a grande maioria) pensam assim, mas não ligo para isso, pois sei o que defendo: A VIDA! E não é a decisão do STF que me fará desistir dessa batalha! 

Gostaria nesse momento de trazer o trecho do livro de Catherine que falei no início. Se possível, após essa leitura, assistam o vídeo http://partilhandonossafe.blogspot.com.br/2011/12/180-graus-vida-e-morte-nas-decisoes-e.html

Não quero "forçar" sua opinião, mas desejo que você apenas reflita sobre!

"Geralmente se fala do pecado como uma ocorrência individual, mas hoje se menciona também o 'pecado coletivo'. Seria ele possível? Se lançarmos um olhar retrospectivo pela história, encontraremos muitos exemplos de pecados, más ações e abomináveis massacres, nos quais participaram grupos de pessoas e até nações inteiras. Em tais circunstâncias o indivíduo que estava agindo no meio da massa, colhido na avalanche, até poderia parecer inocente, mas tendo participado livremente da ação de todos tornou-se culpado, porque sufocou em si o sentido do bem e do mal. 

Todos os que, de alguma forma, colaboraram coletivamente com a loucura de Hitler tornaram-se réus de um crime muito maior do que seus próprios pecados pessoais. Individualmente, com suas mãos, não mataram ninguém nem roubaram, mas concordaram, aceitaram e se envolveram no extermínio de seis milhões de judeus. Estamos falando, evidentemente, dos que deram uma colaboração ativa, sabendo e vendo o rumo dos acontecimentos.

Este foi um pecado coletivo pelo qual toda uma nação teve de pagar e está pagando. Há quem diga, em defesa dos subalternos e oficiais menores, que eles estavam obedecendo a ordens superiores, o que os isenta de qualquer responsabilidade moral; o militar é treinado para obedecer. Sim, para obedecer até o ponto em que não esteja envolvida a violação da lei de Deus e da caridade! O cristão deve estar preparado para obedecer primeiro a Deus, depois aos homens, como disse S. Pedro (At 5,29). A desobediência a uma lei pecaminosa é um ato de virtude que o cristão deve praticar, mesmo a custo da própria vida, se necessário. Portanto o massacre dos judeus e outros horrores foi um pecado coletivo.

Cada uma das pessoas envolvidas no escândalo Watergate, aparentemente não pensou estar cometendo um pecado pessoal, individual. O dinheiro por elas recolhido era para o partido, e toda aquela ação imoral de gravar conversas particulares e secretas foi considerada como necessária a 'causa'. Nada disso; a atmosfera de escândalo em que se viu envolvida toda uma nação foi um pecado coletivo. Já é tempo de reconhecer a realidade e a gravidade deste pecado, especialmente na esfera política e governamental. Não se pode ignorá-lo, e quem o aceita deve aguentar também as consequências" (Evangelho sem Restrições, p. 145-146).

Um comentário:

leila disse...

Amigo, lendo seu texto me vi com esse mesmo sentimento de raiva e ira, quanto mais eles falavam mais angustia sentia e um sentimento ruim vinha no meu coração, de indignação.
O ministro falar que o anencéfalo jamais se tornará uma pessoa...,se desde o ventre a criança ja é filho de DEUS, e humano nenhum tem o direito de tirar a vida dele!

Vamos pedir a DEUS que olhe para aqueles que não sabem quem é o dono da vida, e só ele tem o direito de tirar a vida de qualquer ser humano!
Abraço