terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Pequenez e simplicidade

"Nosso Pequeno Mandato diz Pequeno, seja sempre pequeno... Simples, pobre, como criança. Isto evita a arrogância, a arrogância intelectual tão em evidência no Ocidente. "Tudo tem de estar de acordo com minha maneira de pensar". E assim economia, política, paz, guerra - tudo é afetado por essa atitude e as divisões são intermináveis em toda parte. Especialmente nas últimas décadas, essas divisões penetraram no coração de Ordens religiosas, tanto masculinas como femininas, no sacerdócio e nas dioceses. Elas penetram nas famílias. Elas penetram nas crianças. Escutem. Conseguem perceber o desmanche do mundo? A poluição se estende não apenas sobre a terra, rios e ar, mas o próprio coração da humanidade está correndo o perigo de ser totalmente poluído. Ele está deixando de ser pequenino. Ele está deixando de ser como criança. Ele está deixando de ser simples e pobre. O resultado aí está, ouçam novamente a cacofonia (confusão) de vozes que chegam, saídas da boca de Satanás, matando pessoas em todo o mundo, deixando-as como mortas, famintas, frias e solitárias. Crescem as estatísticas de suicídios porque homens e mulheres deixaram de ser pequeninos, simples, como crianças" (Catherine Doherty - Graça em todos os dias)

Caros amigos(as), Deus nos chama a viver de forma simples como Ele viveu juntamente com a Virgem Maria e o Glorioso São José. Ide a Nazaré e observai o que eu afirmo nesse momento. São Luís Maria Grignion de Montfort dizia no Tratado da Verdadeira Devoção: "Confesso com toda a Igreja que Maria é uma pura criatura saída das mãos do Altíssimo. Comparada, portanto, à Majestade infinita ela é menos que um átomo, é, antes, um nada, pois que só ele é “Aquele que é” (Ex 3, 14) e, por conseguinte, este grande Senhor, sempre independente e bastando-se a si mesmo, não tem nem teve jamais necessidade da Santíssima Virgem para a realização de suas vontades e a manifestação de sua glória. Basta-lhe querer para tudo fazer" (n. 14). Obviamente, o santo doutor irá enfatizar que Deus quis precisar da Virgem Maria...

O que gostaria de frisar aqui é a expressão "menos que um átomo" no qual São Luís compara Nossa Senhora a Jesus! Se ela que é Imaculada Conceição, a Mãe de Deus, é menor que um átomo, que somos nós? Penso que o entendimento do texto escrito por Catherine parte desse princípio, ou seja, ser pequeno é necessariamente colocar-se dependente de Deus, em tudo... Ter a certeza que somos obras de Suas mãos, mas que sem Ele nada podemos fazer. Nele nós somos o que somos, não é verdade? Ser pequeno é estar nos braços da Virgem Mãe para que ela nos ofereça ao seu Divino Filho. Ser pequeno é viver a simplicidade do Evangelho no cotidiano e nas pequenas coisas... Ser pequeno é ser escravo, no entendimento mais sublime dessa expressão de vínculo, de dependência, de servidão. Só quando somos verdadeiramente pequenos é que conseguimos olhar nos olhos da Criança, do Menino Deus que veio até nós para afirmar o que outrora fora dito: Tu és imagem e semelhança de Deus! Se Ele se fez pequeno, imagine qual deve ser nossa posição... Alguns temem em ser pequenos, pois parece que nunca alcançarão Deus, aliás, "dos altos céus o Senhor olha e observa; ele se inclina para olhar todos os homens (Sl 32,13). Certa vez li uma frase que me chamou muita atenção: "Uma formiga preta sobre uma pedra preta numa noite escura, só Deus vê". Creiamos, Ele se inclina e nos ama sempre!
De um indigno escravo da Cruz e da Virgem Maria

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