quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Amoralidade, imoralidade, moralidade

Desde ontem que escuto alguns colegas comentarem sobre um possível "estupro" ocorrido num reality show, que a meu ver, é de muito mal gosto, entretanto, há quem diga que nossa sociedade tem o divertimento que merece. Será? É impressionante como no Brasil se "comemora" mais de uma década de um programa desse tipo!!! Como reclamar da precariedade da saúde, da política, da segurança pública, dentre tantas outras, se a maioria dos brasileiros se preocupam apenas em deleitar-se com as telenovelas da vida e com os BBB´s anuais? Para mim, há muita incoerência em tudo isso!

Mas aqui gostaria de me deter em três palavras que parecem sinônimas, mas não são. Falo da amoralidade e imoralidade, haja vista que a falta de moralidade tem solapado nossa sociedade de uma forma assustadora. Aliás, há quem goste desses dois termos citados inicialmente, com o argumento de que a existência da moral, isto é, de um conjunto de regras ou normas, é prejudicial a democracia e ao livre pensamento dos cidadãos brasileiros, etc., etc.


Na verdade, a amoralidade caracteriza-se como a falta de princípios morais para conduzir a vida de alguém, sendo neutra, ou seja, nem contrário nem a favor de determinados princípios morais. Mas eis um dos principais problemas da amoralidade: falta de direcionamento ou rumo. Sendo assim, não é tão difícil impor determinadas políticas e ideologias imorais, pois não há um princípio norteador. Por outro lado, a imoralidade se refere à oposição frontal aos princípios morais, que a meu ver, está muito presente em nossos dias. Poderíamos dizer que a libertinagem e tantas outras coisas mais, enaltecidas atualmente, fazem parte do que chamamos de imoralidade.

Nesse contexto, ontem fiz o seguinte comentário quando se falava sobre a degradação de alguns programas televisivos como o BBB: "Eis a democracia que muitos defendem". Lembro que um dos interlocutores tinha comentado anteriormente que as pessoas atualmente estão confundindo liberdade com libertinagem. Todavia, outro participante da conversa fez a seguinte afirmação à respeito da tal democracia que falei: "Deve ser assim mesmo, melhor do que está a mercê de imposições morais, regras e normal".

Discordei totalmente do meu colega e explico o porquê. Primeiramente porque toda sociedade necessita de um mínimo de ordem para que as estruturas comportem-se harmoniosamente ou sem muitos embaraços, ademais, cairíamos no precipício da desordem que chamo de barbárie. Aliás, qual a inscrição que consta na bandeira nacional? ORDEM e progresso, ou seja, para que os fins sejam alcançados - progresso - há a necessidade de uma ordem predeterminada. Essa ordem para mim parte principalmente dos princípios morais que paulatinamente estão sendo perdidos justamente para os amorais - aqueles que são neutros e sem direcionamentos -, e para os imorais - que com seus devaneios soterram o que temos de valioso nessa vida: o pudor, o respeito, a dignidade da família, a verdadeira liberdade.

Nesse sentido, é importante observar o que diz a Igreja no Catecismo no parágrafo 1751: "as regras objetivas da moralidade enunciam a ordem racional do bem e do mal, atestada pela consciência". Vejam que a consciência apenas atestam as regras objetivas da moralidade, isto é, essas ditas "regras" já existem e estão gravadas no coração do homem. Essas leis/regras/normas são chamadas de lei natural. Enfatizo novamente o Catecismo, agora no parágrafo 354: "Respeitar as leis inscritas na criação e as relações derivantes da natureza das coisas, é princípio de sabedoria e fundamento da moral"

Como os grupos dos amorais e imorais são cada vez maiores e dominantes, temos e ainda teremos mais BBB´s e telespectadores ansiosos para analisar a vida de "fantoches" manipulados pela grande mídia. Será que não percebem isso? A única forma de reverter essa situação é remar contra essa maré tão forte, no intuito de extirpar a amoralidade e imoralidade, fecundando em nossas consciência os fundamentos morais que prezam pela dignidade do homem e da mulher: "Quanto mais prevalecer a reta consciência, tanto mais as pessoas e os grupos estarão longe da arbitrariedade cega e procurarão conformar-se com as normas objetivas da moralidade" (Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 1794).

Por fim, se não agirmos segundo os princípios morais, estamos fadados a mudar a inscrição "Ordem e Progresso" para "Desordem e Regresso".

De um indigno escravo da Cruz e da Virgem Maria

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