O "Gigante" Beato João Paulo II

Ontem (1º de Maio de 2011 - São José Operário) o mundo inteiro "parou" para junto com toda a Igreja louvar a Deus e pedir a intercessão do tão querido Beato João Paulo II. Muito se falou sobre sua vida, história e ensinamentos... Não tenho condições de acrescentar muito, mas posso unir minha voz a de todos os outros cristãos católicos espalhados no mundo inteiro para agradecer a Deus por nos ter dado um sucessor de Pedro como Karol Wojtyla, uma verdadeira rocha que soube anunciar o amor de Deus principalmente através da confiança maternal na sempre Virgem Maria!

Aproveitei o ensejo e fui folhear algumas revistas e material que tenho sobre a vida do Beato João Paulo II e partilho com vocês um trecho de um artigo do saudoso "enciclopedista" monge benedito Dom Estevão Bettencourt extraído da Revista Pergunte e Responderemos (de autoria do mesmo) - ano XLVI / julho 2005 / n. 517 comentando um outro artigo intitulado "Eu não gostava do Papa João Paulo II", agora de autoria de Arnaldo Jabor (isso mesmo! um artigo do jornalista ateu Arnaldo Jabor!!!) publicado no Globo - edição de 05/04/2005 que afirma categoricamente: "Sou ateu, sozinho, condenado a não ter fé, mas vi que se há alguma coisa de que precisamos hoje é de uma nova ética, de um pensamento transcendental, de uma espiritualidade perdida. João Paulo na verdade deu um show de bola".

"Tal foi o desfecho de um pontificado que durou vinte e seis anos, no decorrer dos quais o Papa foi a todos os continentes, percorrendo uma distância que equivale a 30,3 vezes a volta da Terra e a 4,97 vezes a distância entre a Terra e a Lua. A duração das suas viagens foi de 963 dias, 19 horas e 48 minutos, equivalendo a 18,75% do seu pontificado. Concedeu 1286 audiências gerais para uma assistência de 30.200 pessoas. Proferiu 30.341 discursos, dos quais 1.781 fora da Itália. Fez 101 viagens para fora da Itália e 158 viagens na Itália sem incluir Roma. Visitou 187 nações e 893 cidades. Em Roma e Castel Gandolfo fez 75 visitas. Realizou 1.856 Beatificações e 656 Canonizações. Escreveu 15 Encíclicas, 21 Exortações Apostólicas, 24 Constituições Apostólicas, 83 Caras Apostólicas. Promulgou o novo Código de Direito Canônico e o Catecismo da Igreja Católica".

Poderíamos analisar o pontificado e a vida do Beato João Paulo II através desses números apresentados? Em partes sim, mas não diria que esses números são os mais importantes, todavia, necessários para o fecundo apostolado de um dos Papas mais queridos e populares da história da Igreja.

Entretanto, Dom Estevão faz o seguinte questionamento que em seguida é respondido com muita presteza e entusiasmo:

"Pergunta-se agora: Qual o segredo de tão intensa e extensa atividade apostólica, tão bem sucedida a ponto de lhe prestarem, dos cinco continentes da Terra, tão grandiosa homenagem a ela, que não dispunha de legiões nem de riqueza? O segredo da força moral do Papa (João Paulo II) resulta na sua profunda união com Deus, que lhe proporcionava a coragem necessária para enfrentar os desafios de sua missão".

No mais, gostaria de destacar partes que me comovoram na homilia do Papa Bento XVI na oportunidade da Beatificação do seu antecessor João Paulo II:

"Aquilo que o Papa recém-eleito pedia a todos, começou, ele mesmo, a fazê-lo: abriu a Cristo a sociedade, a cultura, os sistemas políticos e econômicos, invertendo, com a força de um gigante – força que lhe vinha de Deus –, uma tendência que parecia irreversível. Com o seu testemunho de fé, de amor e de coragem apostólica, acompanhado por uma grande sensibilidade humana, este filho exemplar da Nação Polaca ajudou os cristãos de todo o mundo a não ter medo de se dizerem cristãos, de pertencerem à Igreja, de falarem do Evangelho. Numa palavra, ajudou-nos a não ter medo da verdade, porque a verdade é garantia de liberdade. 

 

"Por fim, quero agradecer a Deus também a experiência de colaboração pessoal que me concedeu ter longamente com o Beato Papa João Paulo II. Se antes já tinha tido possibilidades de o conhecer e estimar, desde 1982, quando me chamou a Roma como Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, pude durante 23 anos permanecer junto dele crescendo sempre mais a minha veneração pela sua pessoa. O meu serviço foi sustentado pela sua profundidade espiritual, pela riqueza das suas intuições. Sempre me impressionou e edificou o exemplo da sua oração: entranhava-se no encontro com Deus, inclusive no meio das mais variadas incumbências do seu ministério. E, depois, impressionou-me o seu testemunho no sofrimento: pouco a pouco o Senhor foi-o despojando de tudo, mas permaneceu sempre uma «rocha», como Cristo o quis. A sua humildade profunda, enraizada na união íntima com Cristo, permitiu-lhe continuar a guiar a Igreja e a dar ao mundo uma mensagem ainda mais eloquente, justamente no período em que as forças físicas definhavam. Assim, realizou de maneira extraordinária a vocação de todo o sacerdote e bispo: tornar-se um só com aquele Jesus que diariamente recebe e oferece na Eucaristia.

Feliz és tu, amado Papa João Paulo II, porque acreditaste! Continua do Céu – nós te pedimos – a sustentar a fé do Povo de Deus. Amém".

De um indigno escravo da Cruz e da Virgem Maria